Vários países decidiram suspender a administração da vacina – a Dinamarca foi a primeira a fazê-lo na quinta-feira passada – na sequência da deteção de casos invulgares de trombose em vários doentes vacinados, um dos quais (um norueguês) morreu.
“A decisão é uma medida de precaução”, explicou, em comunicado, o epidemiologista-chefe da Agência de Saúde Pública (FHOM) da Suécia, Anders Tegnell.
O FHOM destacou que tanto a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) como o organismo equivalente na Suécia estão a investigar relatos de sintomas suspeitos detetados em pessoas vacinadas com a vacina da AstraZeneca para determinar se há uma relação causa-efeito, embora nenhum caso tenha sido registado neste país nórdico.
“Temos um grande conhecimento sobre a vacina, mas ainda é importante suspendermos a vacinação até que a EMA investigue se esses acontecimentos estão relacionados”, disse Tegnell.
Em sentido contrário, a Grécia anunciou que vai manter o uso da vacina da empresa AstraZeneca enquanto a EMA não recomendar a sua suspensão.
“Estamos à espera de decisões dos organismos oficiais, como a Agência Europeia de Medicamentos, que se reunirá sobre o assunto no final desta semana. Enquanto isso, as vacinações continuarão normalmente”, garantiu hoje o ministro da Saúde grego, Vassilis Kikilias.
O ministro referiu que, das 172.000 pessoas que já foram vacinadas com o produto AstraZeneca, apenas uma teve um episódio de tromboembolia, mas que, de acordo com a Agência de Medicamentos Grega, não foi causado pela vacina em questão.
Kikilias referiu ainda que a Grécia está a pautar as suas ações pelas decisões dos organismos competentes, acrescentando que, dos 17 milhões de doses de vacina da AstraZeneca administradas na União Europeia e no Reino Unido, foram registados apenas 37 casos de trombose.
Quase duas dezenas de países europeus – entre os quais Portugal, Espanha, França, Itália, Irlanda, Países Baixos, Alemanha, Islândia, Noruega ou Bulgária – e vários outros noutros continentes suspenderam o uso da vacina da AstraZeneca contra a covid-19 por precaução após relatos de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas.
O grupo farmacêutico anglo-sueco garantiu não haver “qualquer prova da existência de um risco aumentado” de se verificarem coágulos sanguíneos causados pela sua vacina.
O comité de especialistas da Organização Mundial da Saúde para a segurança de vacinas reúne-se hoje para discutir esta vacina.