“O Estado português e o Governo não querem que a Groundforce caia, não querem que a Groundforce desapareça, nós estamos é a encontrar uma solução decente para a empresa e, ao mesmo tempo, para a TAP”, afirmou Pedro Nuno Santos, que está a ser ouvido na Assembleia da República.
“Nós [Governo] temos de encontrar uma solução, faremos o nosso trabalho, não é fácil, mas nós estamos a fazer isso”, acrescentou.
Segundo o governante, é necessário encontrar uma “solução estrutural” para a empresa de ‘handling’, cuja situação financeira foi prejudicada pela pandemia de covid-19 e as medidas restritivas à circulação aérea.
Depois de semanas de negociações com o acionista privado que detém 50,1% da Groundforce, Alfredo Casimiro, foi possível chegar a um acordo para desbloquear verbas que permitam pagar os salários em atraso aos trabalhadores e fazer face às despesas mais prementes.
O acordo prevê que a TAP (acionista minoritário e principal cliente) compre por cerca de sete milhões de euros os equipamentos da empresa de ‘handling’ e que a Groundforce pague 461.762 euros mensais à TAP pelo aluguer dos equipamentos que a companhia lhe comprou.
Desta forma, a Groundforce tem um “balão de oxigénio” de dois meses, mas precisa de mais auxílio para se manter em atividade.
“Estamos a trabalhar numa solução estrutural para a empresa, não desistimos, mas, obviamente, temos um problema. Dificilmente a empresa terá mais alguma coisa para dar à TAP em abril, é preciso termos consciência disso”, disse Pedro Nuno Santos, lembrando que “a TAP não pode continuar a fazer adiantamentos” à Groundforce.
Questionado sobre o aumento de capital que esteve em cima da mesa, o ministro das Infraestruturas disse essa proposta da TAP falhou, porque o “acionista privado não tem dinheiro para meter na TAP, mas também não quer que a TAP venda sozinha”.
C/Lusa