As operações de busca estão a cargo da Capitania dos Portos e da Guarda Financeira e desde as primeiras horas da manhã além de mergulhadores, estão a ser utilizados helicópteros.
De acordo com os sobreviventes, no barco que partiu há quatro dias da costa turca, estavam cerca de 200 imigrantes do Iraque, Irão, Afeganistão e Síria estavam a bordo.
Esta manhã foram recuperados mais três corpos, o de um homem na praia junto ao local onde ocorreu o naufrágio, outro foi localizado no mar, a cerca de 400 metros da costa, por um barco patrulha da Guarda Costeira e o terceiro foi encontrado em Le Castella, perto do local do acidente, segundo a comunicação social local.
Entre as vítimas mortais registadas até ao momento, 14 são menores, incluindo várias crianças e um recém-nascido e 33 mulheres, segundo o Ministério do Interior.
Dos 81 sobreviventes, 19 tiveram que ser internados no hospital, enquanto os restantes foram transferidos para o centro de acolhimento na cidade vizinha de Isola di Capo Rizutto.
Segundo a guarda costeira, o barco partiu-se nas rochas a poucos metros da costa, numa altura em que o mar estava muito agitado.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, disse que o Governo está empenhado em evitar a partida de barcos em condições que resultem em tragédias como a de domingo, e prometeu continuar a fazê-lo, “exigindo sobretudo a maior colaboração dos Estados de partida e de origem”.
Por sua vez, o Presidente da República, Sergio Mattarella, pediu “um forte compromisso da comunidade internacional para eliminar as causas profundas dos fluxos migratórios: guerras, perseguições, terrorismo, pobreza, territórios inóspitos devido às mudanças climáticas”.
Mattarella pediu também à União Europeia para prestar maior assistência a Itália na gestão dos fluxos migratórios.
Este naufrágio ocorreu poucos dias depois de o parlamento ter aprovado novas regras controversas sobre o resgate de migrantes, formuladas pelo executivo dominado pela extrema-direita.
A nova lei obriga os navios humanitários a efetuar apenas um salvamento de cada vez, o que, segundo os críticos, aumenta o risco de morte no Mediterrâneo central, que é considerado a travessia mais perigosa do mundo para os migrantes.
A localização geográfica da Itália torna-a um destino privilegiado para os requerentes de asilo que se deslocam do Norte de África para a Europa e Roma há muito que se queixa do número de chegadas no seu território.
Em reação a esta tragédia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, pediram aos Estados-membros que acelerem um acordo sobre política migratória.
Segundo o Ministério do Interior, quase 14.000 migrantes desembarcaram em Itália desde o início do ano, contra cerca de 5.200 durante o mesmo período do ano passado e 4.200 em 2021.