Em declarações aos jornalistas em frente à Escola Básica do Viso, na Figueira da Foz, André Pestana deu o exemplo daquele estabelecimento de ensino, mas também do Centro Escolar de São Julião / Tavarede, ambos na cidade litoral do distrito de Coimbra, que não irão hoje ter “qualquer” prova de aferição.
O dirigente sindical criticou ainda o alegado impedimento, por parte de direções de agrupamentos escolares, de que professores em greve às provas possam, nessas mesmas horas, dar aulas aos seus alunos.
“Esta greve é exclusivamente às provas de aferição e o que temos visto em algumas escolas é as direções impedirem [os professores de dar aulas]. Estamos a dizer aos professores que fazem greve às provas, se tivessem nessa mesma hora aula que estivessem a dar aula. Mas depois de meses e meses a ouvirmos o ministro da Educação dizer que as greves tiraram aulas, que temos de recuperar aprendizagens, não se compreende esta pressão por parte de algumas direções escolares, que, na prática, estão a impedir que estas crianças estejam a ter aula”, argumentou André Pestana.
“Isso é que era o mais importante: terem aula e não estarem, a nível nacional, milhares e milhares de alunos a perderem muitas aulas devido a uma prova de aferição que ninguém compreende, nem os sindicatos, nem os pais e encarregados de educação. Só, pelos vistos, quem está num gabinete fechado em Lisboa”, acusou.
Na prática, as crianças deslocaram-se à escola na manhã de hoje, e, perante a greve dos professores às provas de aferição, não podendo ficar no estabelecimento de ensino, regressaram a casa, voltando à escola pelas 11:30 para terem aulas.
André Pestana destacou, por outro lado, a “solidariedade” dos encarregados de educação para com os professores em greve.
“Há muitos encarregados de educação, pais, avós, mães, que estão solidários, porque entendem, de facto, que esta prova não é coerente com a idade [dos alunos]. Estamos a falar de crianças de 7 anos, online, que não têm essas destrezas e, de facto, não é correto”, frisou o dirigente do Stop.
Alguns pais concentraram-se em frente à escola e manifestaram-se “solidários” com a greve dos docentes e “em total desacordo” com as provas de aferição, a exemplo do que já tinha sucedido na passada quinta-feira.
“Na quinta-feira os meninos também tinham prova de aferição, dirigiram-se à escola para realizar a prova, a professora, no seu direito, fez greve e os meninos não puderam permanecer na escola, o que causa bastante transtorno à maioria dos pais. Tiveram de ir embora e a partir das 11.30 puderam regressar”, disse aos jornalistas Sara Pessoa, vice-presidente da Associação de Pais da escola do Viso.
Lusa