“Não obstante o ano de 2021 ser ainda um ano marcado pelos efeitos do surto pandémico, com elevado grau de incerteza, à semelhança do observado em 2020, prevê-se que a atividade do setor da construção mantenha uma evolução globalmente positiva”, referem as associações dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) e de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços (AECOPS) em comunicado.
Na edição de janeiro da ‘Conjuntura da Construção’, as associações referem que o intervalo de previsão aponta para uma taxa de crescimento real do setor “entre 1,2% e 3,2%, o que representa um valor médio de 2,2%, valor ligeiramente inferior ao crescimento de 2,5% estimado para 2020”.
No segmento da construção residencial, que em 2020 “manteve um nível de elevada procura nacional e internacional e continuou a beneficiar de um enquadramento macroeconómico marcado por taxas de juro historicamente baixas”, as previsões para 2021 apontam, agora, para uma variação da produção entre -2% e 0%, com o ponto médio do intervalo a situar-se em -1,0%.
“Esta interrupção da trajetória de crescimento iniciada em 2014 deve-se, essencialmente, a um elevado nível de incerteza que poderá conduzir ao abrandamento de investimentos já previstos, bem como ao impacto da quebra ocorrida no licenciamento de obras pelas câmaras municipais”, avançam as associações.
Os dados disponíveis até novembro de 2020 indicam uma redução do número de fogos licenciados em construções novas de 1,3% e, nas obras de reabilitação de edifícios residenciais, uma quebra homóloga de 8,1%.
Relativamente ao segmento da construção não residencial, prevê-se que a produção registe “uma quebra mais intensa que a ocorrida em 2020”, estimando-se agora uma redução entre 2,1% e 0,1%, a que corresponde um ponto médio de -1,1%, mais do dobro da contração de 0,5% em 2020.
Esta evolução negativa da produção do segmento resulta da diminuição da atividade da sua componente privada que, após a quebra de 2,0% de 2020, deverá contrair-se cerca de 3,0% em termos reais em 2021.
Já na componente das obras públicas em edifícios não residenciais prevê-se um crescimento em redor de 2,0% para 2021, semelhante ao ocorrido em 2020.
C/Lusa