Em conferência de imprensa no Serviço Regional de Proteção Civil, no Funchal, às 15:30, para apresentar o ponto da situação, Pedro Ramos disse que permanecem ativos fogos nos concelhos da Calheta (zona oeste) e Porto Moniz (costa norte), os mais afetados desde quarta-feira, bem como nos municípios da Ribeira Brava e Câmara de Lobos, também na zona oeste, que deflagraram esta noite.
O governante atualizou também o número de pessoas que receberam assistência médica devido aos incêndios, que passou de 66 às 19:00 de sexta-feira para 70 às 12:00 de hoje, entre as quais cinco foram encaminhadas para o Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal.
De acordo com Pedro Ramos, seis habitações foram afetadas pelas chamas no concelho da Calheta, sendo que duas estavam devolutas e quatro eram habitadas, cada uma por uma pessoa, havendo agora dois desalojados.
“Ao nível da rede elétrica, 360 das 400 famílias afetadas [na Calheta e no Porto Moniz] já têm energia reestabelecida e as restantes 40 prevê-se que a situação fique resolvida ainda durante do dia de hoje”, disse o governante, adiantando que a rede de comunicações ficará também operacional até ao final do dia de hoje na freguesia da Fajã da Ovelha, na Calheta.
O incêndio mais complexo é o que lavra em duas frentes, na Ribeira Brava e em Câmara de Lobos, no qual estão envolvidos 10 veículos e 64 operacionais, embora decorra em áreas florestais e não ameace residências.
No Porto Moniz estão 28 operacionais e dez veículos e na Calheta 59 bombeiros e 14 veículos.
O meio aéreo continua a operar, tendo já efetuado 30 horas de voo nos últimos quatro dias.
As autoridades ainda não calcularam o total de área ardida desde quarta-feira, mas no concelho da Calheta, o mais extenso da região autónoma, a estimativa aponta para uma área de 70 quilómetros quadrados, cerca de 50% do território.
O secretário Pedro Ramos anunciou hoje um reforço do número de militares envolvidos em operações de vigilância, totalizando agora 30, e advertiu a população para “continuar atenta”, porque as temperaturas vão manter-se muito elevadas no arquipélago nas próximas 48 horas, com previsão de aumento da intensidade do vento no domingo.
O suspeito de ter ateado o incêndio florestal no concelho da Calheta, detido pela Polícia Judiciária em flagrante delito na sexta-feira, foi hoje ouvido em tribunal e ficou em prisão preventiva, uma medida de coação substituída por internamento numa instituição de saúde mental.
O Governo da Madeira declarou na quinta-feira a situação de contingência devido aos incêndios e ativou o Plano Regional de Emergência de Proteção Civil por um período de cinco dias, até segunda-feira.
O arquipélago da Madeira encontra-se sob aviso meteorológico laranja desde a semana passada devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima, que diariamente ultrapassa os 30 graus. A situação vai prolongar-se até às 23:00 de domingo.
Lusa