Incidindo sobre as fraquezas expostas pela pandemia da COVID-19, Sara Cerdas define este relatório como “a oportunidade da União Europeia desenvolver maior resiliência a futuras ameaças em saúde e não repetir os erros do passado”, assim como "pôr em prática mecanismos de coordenação entre Estados-Membros para aumentar a sua capacidade de gestão de crises”.
Sara Cerdas destaca a importância da criação de um Espaço Europeu de Dados de Saúde para criar sinergias entre instituições e Estados-Membros, no sentido de capacitar a resposta a futuras crises. “Esta será uma peça chave, pois ao facilitar a partilha de dados em tempo real, e garantindo a interoperabilidade entre sistemas, irá apoiar a prestação de cuidados de saúde na União e também melhorar a investigação e a elaboração de políticas no domínio da saúde, que certamente vão capacitar e melhorar a resposta em futuras crises”.
O relatório pretende estabelecer um quadro legislativo abrangente, incluindo regras para um sistema de vigilância epidemiológica integrado e reforçado a nível da UE, apoiado por melhores instrumentos de recolha de dados e inteligência artificial e pela vigilância ambiental, para detetar sinais precoces de uma possível ameaça.
Esta proposta deverá reforçar a abordagem de Uma Só Saúde, através de um quadro de preparação e resposta a ameaças de origem biológica, química, ambiental ou de origem desconhecida a nível da União. “Tal como destacado no programa europeu para a saúde, o EU4Health, não podemos desassociar a saúde humana, da ambiental e da animal. Precisamos, por isso, aumentar o incentivo à inovação e investigação para obter mais e melhor evidência e responder de forma adequada”.
A eurodeputada, também médica na área de saúde pública, alerta que “continuamos sujeitos ao aparecimento de novos surtos, como é o caso da resistência aos antimicrobianos; tal demonstra a urgência de uma estratégia ambiciosa e pensada a curto, médio e longo prazo. Não podemos esperar por uma nova pandemia e estabelecer novamente medidas ad hoc”.