Em Dnipro, a quarta cidade mais populosa da Ucrânia, a situação é complicada, com "vários ataques", anunciou Valentyn Reznichenko, chefe da Administração Militar Regional de Dnipropetrovsk, hoje através da plataforma Telegram.
Reznichenko revelou que equipas de resgate estão a procurar sobreviventes entre os escombros dos edifícios que foram atingidos por ataques que causaram "grave destruição" na cidade, localizada na margem do rio Dnieper, que atravessa o país de norte a sul.
No leste da Ucrânia, o Alto Comando do Exército Ucraniano avançou hoje que os russos retomaram o ataque à cidade de Sloviansk, na região de Donetsk, onde continuam a disparar contra unidades ucranianas, lançando ataques com mísseis e reagrupando tropas.
No nordeste do país, a Rússia continua a fortalecer a cobertura da fronteira, nas regiões de Bryansk e Kursk, tendo destacado dois grupos táticos de batalhão das forças aerotransportadas, segundo o relatório militar.
O documento também sublinha que os russos continuam a tomar medidas para manter o controle sobre a região de Kherson, aumentando o número de ataques contra unidades ucranianas, realizando reconhecimento aéreo, fortalecendo posições e transferindo unidades de reserva.
Os navios de guerra russos continuam a bloquear a marinha mercante nos mares Negro e Azov, acrescenta o relatório.
Nas últimas 24 horas, os defensores ucranianos repeliram 12 ataques inimigos nas regiões de Donetsk e Lugansk, destruindo um tanque, cinco peças de artilharia, cinco veículos blindados de combate e cinco outros veículos.
As unidades de defesa aérea ucranianas também derrubaram um helicóptero russo Ka-52, um míssil de cruzeiro e um drone Orlan-10.
A guerra na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas – mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou na quinta-feira que 3.974 civis morreram e 4.654 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.
Lusa