“Esta tendência para inundar a Ucrânia com armas, especialmente armas pesadas, é um ato que ameaça a segurança do continente e causa instabilidade”, disse o porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, citado pela agência francesa AFP.
A chefe da diplomacia britânica, Liz Truss, afirmou, na quarta-feira, que o Reino Unido redobrou o apoio à Ucrânia e apelou aos países ocidentais para aumentarem a produção militar, nomeadamente de tanques e aviões, para ajudar Kiev.
Também a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, acusou hoje os países da União Europeia (UE) de violarem as suas obrigações ao aumentarem o fornecimento de armas à Ucrânia.
Zakharova referiu a posição comum da UE, que “proíbe a exportação de armas, se tal criar riscos óbvios da sua utilização para a repressão interna no país beneficiário ou conduzir a uma violação dos direitos humanitários internacionais, contribuir para a emergência ou agravamento de conflitos armados”.
“Estas não são obrigações que os países da UE tenham dado a alguém, esta é a sua própria posição”, disse.
Zakharova argumentou também que o Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas proíbe a “transferência de armas convencionais se se souber com certeza que serão utilizadas para cometer atos de genocídio, crimes contra a humanidade ou violações graves das Convenções de Genebra”.
“Este é todo o conjunto de crimes que os neonazis ucranianos e as unidades das Forças Armadas da Ucrânia lideradas por eles cometem todos os dias ”, acusou a porta-voz da diplomacia russa, citada pela agência oficial TASS.
A invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro, foi criticada pela generalidade da comunidade internacional, que impôs sucessivos pacotes de sanções contra interesses da Rússia e forneceu armamento a Kiev.
Desconhece-se o balanço de vítimas civis e militares da guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 64.º dia.
A ONU confirmou a morte de 2.787 civis, mas tem alertado para a probabilidade de o número real ser muito superior.
O conflito levou mais de 5,3 milhões de pessoas a fugir da Ucrânia, na pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, segundo a ONU.
Lusa