O Office for National Statistics (ONS) revelou hoje que no ano passado chegaram ao país 1,2 milhões de imigrantes e saíram 557.000, resultando num saldo de 606.000.
A maioria das pessoas que se instalaram no país são cidadãos de países de fora da União Europeia (925.000) e 88.000 foram britânicos que regressaram, acrescentou.
A imigração de cidadãos da União Europeia (UE) em 2022 foi estimada em 151.000, uma queda de 23 por cento em comparação com 2021.
Em 2022, este grupo representou 13% da imigração total para o Reino Unido, muito abaixo abaixo dos níveis 52% e 42% registados, respetivamente, em 2018 e 2019, antes do ‘Brexit’ e da pandemia covid-19.
Desde janeiro de 2021 que os cidadãos europeus precisam de um visto para viverem, trabalharem ou estudarem no Reino Unido da UE, a não ser que possuam estatuto de residente.
Segundo o ONS, a proporção de pessoas que invocou questões humanitárias aumentou de 9% para 19%, enquanto o valor de estudantes desceu de 47% para 39%.
O diretor do Centro para as Migrações Internacionais do ONS, Jay Lindop, referiu que os fluxos migratórios para o Reino Unido foram influenciados por acontecimentos mundiais e o levantamento das restrições da pandemia covid-19.
"Os principais fatores de aumento foram as pessoas que vieram para o Reino Unido de países não pertencentes à UE para trabalhar, estudar e para fins humanitários, incluindo as que chegaram da Ucrânia e de Hong Kong”, explicou.
Segundo o ONS, em 2022 chegaram ao país 52.000 naturais de Hong Kong com passaporte britânico, que o Governo admitiu devido à repressão das autoridades chinesas na antiga província britânica, e 114.000 ucranianos refugiados da guerra iniciada pela invasão militar russa em fevereiro de 2022.
O controlo e redução dos níveis de imigração têm sido uma das prioridades do Partido Conservador no poder e uma das principais argumento da campanha para o ‘Brexit’.
“Os números são demasiado altos”, reconheceu o primeiro-ministro, Rishi Sunak, em declarações hoje à estação ITV, que referiu existirem esforços para diminuir o número de imigrantes.
Esta semana, o Governo anunciou que estudantes internacionais vão deixar de poder ser acompanhados por familiares dependentes, a não ser pós-graduados em programas de investigação.
Lusa