As possibilidades de que não se consiga um pacto com a UE sobre a futura relação comercial entre ambas as partes são neste momento de 60% contra 40% que se alcance, apesar da insistência de Londres e Bruxelas em querer um acordo do ‘Brexit’, afirmou Fox numa entrevista publicada ontem no The Sunday Times.
Londres e Bruxelas continuam as negociações, mas enfrentam dificuldades, especialmente pelo problema que apresenta a fronteira entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda, já que o objetivo é que continue a ser invisível.
Na opinião do político eurocético, o risco de uma falta de acordo aumentou. Fox responsabilizou a Comissão Europeia e o negociador comunitário, Michel Barnier, pelas dificuldades.
"Acredito que a intransigência da comissão nos empurra para que não haja acordo. Estabelecemos as bases para que haja um acordo mas se a UE decide que a obsessão teológica dos não eleitos tem prioridade no bem-estar económico da população da Europa, então é um ‘Brexit’ de burocratas", insistiu.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, propõe a criação de um mercado comum de bens britânico-comunitário com determinada harmonização regulatória.
A proposta, incluída no denominado plano Chequers, contempla, entre outras coisas, a criação de um mercado comum de bens e produtos agrícolas, que levaria a que a alfândega britânica captasse impostos em nome dos 27, situação que Bruxelas considera impraticável.
"Se eles não gostam do acordo que pusemos na mesa, então depende de Bruxelas mostrar-nos um que possa ser aceitável para nós", adiantou Fox.
O Reino Unido e a UE aspiram alcançar uma futura relação bilateral para o Conselho Europeu de outubro, se bem que de momento mantêm diferenças em relação ao Livro Branco enviado por Londres a Bruxelas em 12 de julho último.
LUSA