Numa carta divulgada hoje, o ministério alega que os conteúdos editados e publicados pelo Estado russo na plataforma de partilha de vídeos "criaram um risco substancial para a segurança nacional do Reino Unido".
"Em duas ocasiões, esses vídeos modificados e editados correram o risco de serem usados pelo Estado russo como justificação para mais ataques fora do direito internacional e para infligir mais abusos de direitos humanos”, lê-se na missiva.
O apelo tornado hoje público surge após um terceiro excerto de um telefonema falso entre o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, e um impostor que se fez passar pelo primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, ter sido publicado no YouTube.
O ministério considera que os vídeos foram manipulados e avisa a plataforma que arrisca "ser um canal para a propaganda russa ou ser associado de alguma forma às possíveis consequências desse tipo de manipulação de informação".
Além de Wallace, o Governo britânico revelou que a ministra do Interior, Priti Patel, recebeu uma chamada semelhante, e a ministra da Cultura, Nadine Dorries, terá sido alvo de uma tentativa falhada.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de março pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de dez milhões de pessoas, mais de 3,6 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a maior e mais rápida crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 28.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos civis e militares e, embora admitindo que “os números reais são consideravelmente mais elevados”, a organização confirmou hoje pelo menos 977 mortos e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças.
Lusa