Segundo disse o secretário de Estado das Forças Armadas, James Heappey, à BBC, as autoridades britânicas querem reforças operações de formação em combate, serviços de informação e apoio logístico aos países da África ocidental para que possam combater as ameaças, ao mesmo tempo que apostam em "soluções regionais para problemas regionais".
As declarações de Heappey foram feitas à margem de uma cimeira de chefes de Estado da África ocidental para abordar a degradação da situação de segurança, que se expandiu desde o Sahel até ao golfo da Guiné, havendo ataques no Togo, Benim e Costa do Marfim.
O Governo britânico tinha anunciado em 14 de novembro a decisão de retirar as suas tropas da Minusma, num contexto de tensões com a junta militar no poder no país, no seguimento do golpe de Estado de agosto de 2020, que foi seguido de outro em maio do ano passado.
"A responsabilidade de tudo isto recai em Bamako; dois golpes em três anos prejudicaram os esforços internacionais para promover a paz", disse Heappey, que criticou também a presença dos mercenários do grupo russo Wagner, propriedade de um oligarca próximo do Presidente russo, Vladimir Putin.
As palavras de Heappey chegam dias depois de o Presidente da França, Emmanuel Macron, ter oficializado o fim da operação Barkhane no Sahel, num contexto da retirada dos elementos internacionais devido à tensão na relação com a junta militar, que tem sucessivamente adiado as eleições para manter-se no poder.
O regime de Bamako está cada vez mais isolado, depois de a Alemanha e a Costa do Marfim terem anunciado a retirada das suas tropas da Minusma, e de a França ter suspendido a sua ajuda ao desenvolvimento e a República Checa ter anunciado que encerrará a embaixada na capital do Mali.
O Mali tem estado em tumulto desde uma revolta em 2012, quando soldados rebeldes derrubaram o Presidente. O vazio de poder que resultou acabou por conduzir a uma insurreição rebelde e a uma guerra liderada pelos franceses que expulsou os terroristas do poder em 2013.
Os insurgentes continuam ativos no Mali e grupos extremistas filiados à Al-Qaida e ao grupo rebelde Estado Islâmico passaram do norte árido para o centro do Mali, mais populoso desde 2015, alimentando a animosidade e a violência entre grupos étnicos da região.