Em entrevista à agência espanhola Efe, Franco Locatelli, presidente do conselho Superior de Saúde e coordenador do Comité científico criado pelo Governo italiano para gerir a pandemia, considerou ainda como “importante” o uso de máscara na rua, uma medida que o executivo de Mário Draghi acaba de introduzir no país.
“É claro que esta medida é uma decisão que é tomada para impedir o crescimento exponencial dos casos Covid-19. Estamos diante de uma rápida disseminação da variante Ómicron devido ao seu rápido contágio. O tempo de contágio é inferior a dois dias, de acordo com as estimativas feitas em Itália, e outra avaliação feita pelos colegas do Imperial College London é de que é cinco vezes mais contagiosa do que a já contagiosa [variante] Delta”, explicou.
O especialista considerou também como “fundamental” a dose de reforço, porque “há evidências de que há diminuição da proteção quanto ao risco de contágio” e, embora “um pouco menos evidente, do risco de desenvolver doença grave” e uma dose de reforço devolve “uma eficácia de 93% e de 75%” contra o risco de infeção.
“Alguns pensam que, com a Ómicron, [a vacina] não dá proteção, mas outra análise do Imperial College sobre a Ómicron indica uma eficácia de 70,5% da dose de reforço” consoante a variante, acrescentou.
Locatelli considerou ainda que a ideia de que a Ómicron é menos violenta pode não ser verdadeira, porque este menor impacto pode dever-se, de facto, à vacinação.
“A mensagem mais clara que deriva de tudo isso é que temos que estimular a terceira dose e não cometer o erro de pensar que a Ómicron é menos perigosa por causar menor impacto, com menos hospitalizações, porque isso pode ser devido à vacinação”, concluiu.
Franco Locatelli, um dos peritos mais reconhecidos do país, apareceu na quinta-feira junto ao ministro da saúde italiano, Roberto Speranza, para anunciar as novas medidas aprovadas em Itália para conter o aumento exponencial de casos positivos de covid-19.
Entre as novas medidas em Itália está o uso de máscara nos espaços ao ar livre, a redução da validade do certificado sanitário de nove para seis meses a partir de fevereiro, o encerramento de discotecas e a proibição de festas em espaços exteriores até 31 de janeiro.