Segundo uma informação disponibilizada à agência Lusa pelo juiz presidente, Filipe Câmara, hoje “a adesão foi de 24,69%”, o que representa “40 funcionários de greve, mais três em relação a quarta-feira” que foi o primeiro dia da paralisação convocada até sexta-feira pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça.
A greve provocou o adiamento da continuação de um julgamento agendado no juízo central do Funchal, outros seis no terceiro juízo local criminal do Funchal e dois no cível de Santa Cruz, indica o responsável da Comarca da Madeira.
Acrescenta que também afetou seis diligências, nomeadamente cinco conferências de pais e uma tentativa de conciliação em processo de divórcio no juízo de Família e Menores do Funchal, menciona a mesma nota.
“Nos restantes juízos, incluindo comércio, família e menores, o trabalho (diligências e julgamentos) está a ser realizado na normalidade”, conclui o responsável da Comarca da Madeira.
Esta comarca tem “um total de 162 funcionários, sendo que, presentemente, 13 não estão ao serviço por baixa ou outros motivos”, tendo a adesão a esta greve na quarta-feira, de 22,5%.
O Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ) iniciou quarta-feira uma greve que se prolonga até sexta-feira, justificando que o Governo não cumpre a lei que previa um novo estatuto profissional até fim de julho.
O SOJ refere que o Governo “encontrou sempre razões instrumentais para não cumprir com as suas obrigações legais”, ao contrário do que aconteceu com juízes e magistrados do Ministério Público que já tiveram revisões estatutárias das carreiras.
“A greve, neste contexto, afigura-se como o recurso necessário à demonstração da indignação dos Oficiais de Justiça, já que os deveres os têm como inalienáveis, mas os legítimos direitos, estabelecidos na própria Lei da República, são constantemente coartados, a cada nova legislatura”, alega o sindicato.
Esta greve tem o “apoio inequívoco” do Sindicato dos Funcionários Judiciais, que considera que os “oficiais de justiça têm todas as razões para protestar face ao comportamento/atitude do Ministério da Justiça”.