Snowden, 39 anos e que recebeu asilo político na Rússia em 2013, inclui-se entre os estrangeiros que receberam hoje o passaporte do país por decisão do Presidente russo.
O decreto presidencial precisa que se concede a cidadania a uma pessoa nascida em 21 de junho de 1983 nos Estados Unidos.
Putin tomou a decisão com base no ponto A do artigo 89º da Constituição russa, que estipula que o chefe de Estado pode conceder a cidadania e o asilo político.
Snowden, que solicitou a cidadania em 02 de novembro de 2020, não emitiu nenhum comentário sobre a campanha militar russa na Ucrânia, desencadeada em fevereiro passado.
O seu advogado, Anatoli Kucherena, negou hoje que Snowden possa ser convocado para as fileiras do exército no âmbito da mobilização parcial decretada por Putin na semana passada.
“Pelo facto de Edward não ter servido no exército russo, não tem prática e experiência militar, e não pode ser mobilizado”, indicou em declarações à agência noticiosa Interfax.
O novo cidadão russo, que em outubro de 2020 obteve a autorização de residência permanente, teve o seu primeiro filho com a sua mulher, Lindsay Mills, em dezembro desse ano.
Segundo a legislação russa, a criança obteve de imediato a nacionalidade russa por ter nascido no país.
O ex-analista da Agência Central de Inteligência (CIA, serviços secretos dos EUA), fugiu do seu país de origem após revelar em 2013 detalhes de programas de espionagem norte-americanos à escala global e desde então é perseguido pela justiça do país, que o acusa de ter violado a lei de espionagem.
Exilou-se na Rússia e em 2014 Lindsay, também norte-americana, juntou-se a Snowden, com quem casou em 2017.
Para além de escrever livros, Snowden trabalha como consultor e participa em videoconferências a nível mundial sobre as tecnologias da informação, os seus riscos e as suas ameaças.