O presidente do Serviço Regional da Proteção Civil da Madeira (SRPVM), José Dias, disse hoje que o Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) na Região "está a funcionar e não apresentou falhas".
José Dias fez esta observação na Comissão Especializada Permanente de Saúde e Assuntos Sociais da Assembleia Legislativa da Madeira, onde foi ouvido, juntamente com o presidente do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza (IFCN), sobre as "Medidas de prevenção no âmbito do Plano Operacional de Combate aos Incêndios Florestais", audição requerida pelo PSD.
"A estrutura está montada e funciona desde 2006, aquilo que se tem de conseguir é um ponto de equilíbrio para que exista uma redundância", acrescentou.
A este nível, a Madeira tem 29 antenas e um feixe que transmite do Pico do Silva até ao Porto Santo.
José Dias defende, contudo, que algumas das estações base deveriam ser munidas de redundância dos feixes porque, explica, "a redundância do feixe não está dependente se arde ou não o cabo" e a mensagem está apenas dependente do emissor e do recetor.
O responsável pelo SRPCM indicou ainda, ao nível das comunicações, que a Região tem outras alternativas ao SIRESP, nomeadamente a rede fixa de comunicação via satélite instalada em vários pontos do arquipélago, assim como a rede móvel equipada com 10 telefones via satélite portáteis e, no final da linha, os radio-amadores.
Sobre a utilização de meios aéreos no combate a fogos florestais, José Dias admitiu que "quanto mais recursos, melhor", mas lembrou que os meios aéreos "têm muitas restrições".
"Os meios aéreos não são para apagar fogos, o objetivo principal dos meios aéreos é reduzir a intensidade e a velocidade de propagação do incêndio que permita a sua extinção pelas forças no terreno", observou.
José Dias revelou ainda que os investimentos ao nível da proteção civil até 2019 excedem os 3,8 milhões de euros na aquisição de material pesado de combate aos fogos e de proteção individual, e na administração de cursos especializados.
O presidente do IFCN, Manuel Filipe, salientou, por seu lado, o investimento superior a 4 milhões de euros na reconversão da floresta e em novos equipamentos.
Manuel Filipe anunciou também a criação de uma zona tampão no Caminho dos Pretos, separando a floresta e a zona urbana do Funchal, tendo admitido que se os proprietários localizados nessa faixa de 400 hectares não atuarem no sentido da limpeza e reflorestação, o Governo Regional poderá vir a adquirir os respetivos terrenos.
"O que tem que existir é ação no terreno, as medidas legislativas e planos são muito importantes, mas o mais importante é a ação no terreno, ações de limpeza, ações de sensibilização e ações de reflorestação", sintetizou.
LUSA