“O que está desenhado é em fevereiro de 2024 ter tudo concluído”, disse o produtor da Marginal Filmes.
Este projeto, que se estreou na RTP1 em 2020, começou por se intitular "Trezes", pela adaptação de 13 contos de autores portugueses em outros tantos filmes televisivos, mas ao fim de 11 exibidos na RTP e cerca de três milhões de espectadores, foi decidido prolongar a produção, sendo agora denominada "Antologia 27", sob o mesmo princípio.
Os filmes são praticamente todos assinados por diferentes realizadores e realizadoras e os contos abrangem dois séculos de literatura portuguesa, num projeto inédito em Portugal, sublinhou José Carlos Oliveira.
Entre os filmes já exibidos estão “Fronteira”, de João Cayatte, a partir de um conto de Miguel Torga, “O rapaz do Tambor”, realizado por Filipe Henriques, a partir de um conto de Fernando Namora, ou “A morte do Super-Homem”, de Rui Zink, por João Teixeira.
“Estamos a trabalhar para uma televisão generalista, para mais é a televisão do Estado, que tem um determinado papel, com extrema importância, na área da descoberta da literatura, do cinema e tudo suportado na língua portuguesa”, justificou José Carlos Oliveira.
Segundo o também realizador, atualmente estão em produção oito filmes, entre os quais “O aplaudido dramaturgo curado pelas pílulas pink”, conto de Natália Correia com realização de Jó Monteiro, cuja rodagem está a decorrer em Oeiras.
Este ano vão ainda ser rodados, entre outros, “Coisas”, por José Carlos Oliveira a partir de um conto de José Saramago, “O assobio”, de Lídia Jorge por António-Pedro Vasconcelos, ou “O anjo das capelas imperfeitas”, de Cláudia Clemente, com realizador ainda a definir.
O projeto envolve diferentes equipas técnicas e argumentistas, nomeadamente Patrícia Muller, Pedro Marta Santos, Miguel Simal e Leandro Ferreira.
O orçamento de “Antologia 27” é de cerca de três milhões de euros, com apoio financeiro da RTP, do Instituto do Cinema e Audiovisual e do Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema.
“A RTP está a fazer um esforço, que eu acho que nunca tinha sido feito, de investimento no cinema, seriado, português”, sublinhou o produtor.
Em novembro de 2019, quando a primeira temporada de filmes foi apresentada, o diretor de programas da RTP1, José Fragoso, dizia à agência Lusa que é um projeto inovador e que em termos televisivos “permite uma programação muito flexível”.
“Não há uma continuidade das histórias, podemos pôr um por mês ou por semana, e com isto estamos a dar relevo a histórias escritas por autores portugueses, depois trabalhadas por equipas de produção ligadas à ficção nacional com grandes atores também envolvidos e, claro, grandes realizadores de relevo no nosso panorama audiovisual”, afirmou.
Lusa