O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, disse hoje, no Funchal, que os professores constituem uma "classe liderante" e desafiou-os a desenvolver nas escolas uma "visão prospetiva" do futuro da sociedade.
"Os professores não são uma classe profissional qualquer. É uma classe profissional determinante nos comportamentos futuros da população e das novas gerações e, por isso, é muito importante termos uma visão prospetiva daquilo que vai ser a nossa sociedade dentro de poucos anos", afirmou Miguel Albuquerque, na cerimónia de abertura do ano letivo 2016/2017, que decorreu na Escola Básica e Secundária João Gonçalves Zarco.
Na Região Autónoma da Madeira, um total de 48 mil alunos, ao nível público e privado, iniciam no dia 19 de setembro o novo ano escolar, distribuídos por cerca de 200 estabelecimentos de ensino e orientados por um corpo docente composto por 6.200 professores.
"A classe docente nesta terra, como neste país, deve ser e é uma classe liderante em termos de opinião pública e em termos de nortear a população pelo exemplo e pelos juízos de valor que emitem", disse Miguel Albuquerque, salientando que a educação deve assentar em três "componentes fundamentais": as humanidades, a criatividade e as ciências aplicadas.
O presidente do Governo Regional coloca em primeiro lugar a formação humanística, que considera determinante para a realização e o enriquecimento espiritual e intelectual do ser humano, embora não seja capaz de "bloquear a barbárie" da humanidade.
Albuquerque desafiou, por outro lado, as escolas a "puxar pela imaginação e pela criatividade artística" dos alunos, bem como a apostar nas ciências aplicadas.
"Aí, ao nível das ciências aplicadas, temos um desafio muito importante e eu estou bastante satisfeito com a evolução que a Região tem tido neste setor", disse, realçando que algumas das empresas tecnologicamente mais avançadas da Europa estão sediadas na Madeira e que há cerca de 400 madeirenses especializados em altas tecnologias.
O secretário regional da Educação, Jorge Carvalho, sublinhou, por seu lado, o processo de colocação de professores, que decorreu este ano de "forma satisfatória", pelo que "todas as escolas estão em condições de iniciar as suas atividades com normalidade".
O governante vincou, também, que as regras de relacionamento com as escolas estão "mais claras" e "mais condizentes" com a autonomia que estas gozam.
"Temos menos intervenção administrativa por via de informações que nem sempre foram claras e em tempo útil, e temos maior afirmação do nível de competência dos responsáveis pelas escolas", afirmou.
C/Lusa