"Até ao momento, esta situação não tem comprometido o normal funcionamento da farmácia hospitalar pelo que a distribuição de medicamentos aos utentes tem estado assegurada", refere em comunicado enviado à agência Lusa.
No entanto, o SESARAM alerta que "caso se confirme a greve anunciada no total de 20 dias, prevista entre 19 de fevereiro e 09 de março (e se se aplicar aos navios/cargas destinados ou provenientes da Região Autónoma da Madeira), esta situação poderá agravar-se".
"O SESARAM e os seus profissionais tudo farão o que estiver ao seu alcance para minimizar os efeitos desta situação junto dos utentes", conclui o comunicado.
Os estivadores do porto de Lisboa decidiram em 04 de fevereiro convocar uma greve de três semanas em protesto contra as quatro empresas de estiva que defendem uma redução de 15% no salário daqueles trabalhadores portuários.
"Os estivadores decidiram hoje, em plenário, avançar com três semanas de greve, de 19 de fevereiro a 09 de março, mas que é dirigida contra três empresas do grupo turco Yilport – Liscont, Sotagus e Multiterminal – e uma quarta empresa, TMB (Terminal Multiusos do Beato)", disse, nesse dia, à agência Lusa o presidente do SEAL – Sindicato dos Estivadores e Atividade Logística.
Segundo António Mariano, de 19 a 28 de fevereiro, os estivadores só trabalham para aquelas quatro empresas no segundo turno e de 29 de fevereiro a 09 de março não haverá qualquer prestação de trabalho para essas empresas.
Hoje, em declarações à Lusa, o presidente do SEAL já tinha sublinhado que o pré-aviso de greve não abrange o grupo português ETE, que faz o carregamento de navios para a Madeira.
Na terça-feira, a vice-presidência do Governo Regional da Madeira referiu tratar-se de "uma série de paralisações, algumas sob a forma de greve que estão agendadas e, outras, com o recurso a outros expedientes, como o absentismo ao serviço, as quais têm ocorrido no porto de Lisboa e que têm vindo a afetar todos os restantes portos do continente e das regiões autónomas, com algumas faltas já notórias na região, sobretudo ao nível dos bens de consumo do setor alimentar".
A vice-presidência adiantou que nos ofícios enviados, o Governo Regional da Madeira pede a intervenção dos ministros das Infraestruturas e do Trabalho para “garantirem que as operações marítimas de e para a região sejam asseguradas".
Pretende-se, assim, evitar "prejuízos resultantes nas falhas de abastecimento de mercadorias à Madeira e ao Porto Santo, com especial incidência nos produtos frescos e perecíveis e artigos de saúde".
Como consequência destas dificuldades no Porto de Lisboa, o Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP sublinha que "alguns empresários do setor das importações têm recorrido ao porto de Leixões, reexpedindo a carga para o porto no norte do país, com um agravamento substancial de custos que, em alguns casos, ultrapassa o valor que irão pagar no transporte da carga de Lisboa para a Madeira".
"Outro aspeto a que foi dado também grande enfoque é o abastecimento de medicamentos e outros produtos e equipamentos de saúde, cuja rutura de fornecimento poderá colocar em causa a prestação da atividade assistencial por parte das entidades públicas e privadas da região", alertou.
C/Lusa