Entre os dias 31 de Outubro e 4 de Novembro de 2016, realizou-se na Ilha do Porto Santo a primeira campanha de monitorização após o afundamento da Corveta General Pereira d’Eça.
O afundamento desta antiga corveta da Armada Portuguesa ao largo do Porto Santo no passado dia 13 de Julho teve como objetivo o estímulo da economia ligada ao turismo subaquático e a criação de um recife artificial.
À semelhança do que sucedeu durante o mês de julho (mais precisamente entre os dias 4 e 10), quatro investigadores de instituições científicas Madeirenses (CIIMAR-Madeira, Observatório Oceânico da Madeira, Câmara Municipal do Funchal – Estação de Biologia Marinha e Universidade da Madeira), mergulharam em 5 locais distintos, totalizando mais de 27 horas de trabalho subaquático.
Num projeto pioneiro em Portugal (já que é a primeira vez que a criação de um recife artificial é acompanhada antes e após a sua implementação), os investigadores envolvidos neste trabalho pretendem avaliar o impacto do afundamento da Corveta General Pereira D’Eça, nomeadamente ao
nível da biodiversidade e estrutura das comunidades biológicas. Os mergulhos foram feitos não só no local onde foi afundado o antigo navio da Marinha, mas também em 4 outros locais, que servirão de termo de comparação espacial.
Passados praticamente 4 meses após o afundamento da corveta, os investigadores inventariaram mais de 20 espécies, entre peixes, invertebrados e algas. Nesta fase inicial de colonização do recife, alguns espécimes adultos foram atraídos para o novo habitat, entre os quais um mero e alguns charuteiros. Foram também observados juvenis e espécimes de pequeno tamanho de algumas espécies de peixes costeiros, nomeadamente castanhetas (preta e baia), peixe-verde e garoupa.