“Todas as agências das forças de segurança notam um aumento no número de provocações perto da fronteira do país. A Ucrânia está a tentar, sob qualquer pretexto, arrastar as tropas dos Estados membros da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte] para o conflito”, afirmou Lukashenko numa reunião para a analisar a situação político-militar na Bielorrússia.
No entender do Presidente bielorrusso, a tentativa de Kiev pode ser confirmada com a recente queda de um míssil no território da Polónia, que o Ocidente temeu, primeiro, que fosse de origem russa, o que não se verificou, tendo ficado determinado que te tratou de um foguete extraviado lançado pelas tropas ucranianas.
Lukashenko reivindicou que a Bielorrússia “conseguiu, até agora, impedir que um potencial adversário use força militar contra o país”.
No entanto, pediu aos órgãos encarregados da defesa da Bielorrússia que “continuem a fiscalizar constantemente” qualquer indicação de uma possível “agressão direta” contra o país.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.655 civis mortos e 10.368 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.