António Costa falava na abertura do debate do estado da nação, na Assembleia da República, na parte do discurso em que se referiu aos resultados do último Conselho Europeu, que começou na sexta-feira passada e terminou na madrugada de terça-feira.
"O acordo que foi possível alcançar esta semana no Conselho Europeu garante-nos um envelope financeiro sem precedentes. Sem contar com linhas de crédito, nem com o acesso aos programas de gestão centralizada, como nos domínios da ciência ou dos corredores internacionais, importa assinalar que entre a conclusão da execução do Portugal 2020, o Programa de Recuperação e Resiliência e o Portugal 2030, o país disporá – no seu envelope nacional – de um montante total de transferências de 57,9 mil milhões de euros para executar em diversos períodos, até final de 2029", declarou.
Do ponto de vista político, António Costa aproveitou para deixar uma farpa quer às forças à direita quer à esquerda do PS, dizendo que o resultado do último Conselho Europeu confirmou o "acerto da estratégia" do Governo "e desmente, tanto aqueles que diziam que da Europa nunca viria uma resposta adequada à crise, como aqueles que diziam que pertencer à Europa era aceitar acriticamente as soluções austeritárias".
Mas, neste ponto, o primeiro-ministro procurou também salientar a ideia da "enorme responsabilidade para as administrações públicas, para os agentes económicos, para o conjunto da sociedade" no que respeita à execução das verbas provenientes da União Europeia.
"Uma enorme responsabilidade de bem planear, programar, projetar, executar, fiscalizar. Uma enorme responsabilidade para com os nossos parceiros europeus, para com os portugueses. E, sobretudo, uma enorme responsabilidade para com as novas gerações a quem temos o dever de devolver a confiança no futuro de Portugal", acrescentou.
C/Lusa