“É normal que existam casos esporádicos em que, mesmo depois da vacinação completa, as pessoas possam vir a adquirir a doença, sendo que os números mostram que, na esmagadora maioria desses casos, a doença é muito ligeira e não requer hospitalização e não se verificaram óbitos”, continuou.
Na leitura dos números mais recentes de casos de Covid-19, o especialista da DGS reportou uma “incidência baixa a moderada, mas com ligeira tendência crescente na última semana”, apesar de notar que “não são muitos os concelhos” com incidência superior a 120 casos por 100 mil habitantes a 14 dias, representando 683 mil pessoas. Porém, realçou a “preocupação” em torno do concelho de Lisboa, que já superou a linha dos 120 casos por 100 mil habitantes.
“A região de Lisboa apresentou crescimentos da incidência e, por ser uma zona com grande densidade populacional e movimentos pendulares intensos, pode representar uma maior preocupação”, observou, explicitando que as freguesias do centro do concelho são as que registam “incidências maiores e superiores a 240 casos” por 100 mil habitantes a 14 dias.
Segundo André Peralta Santos, “algumas das freguesias mais centrais da cidade têm já alguma tendência de descida”, mas o “crescimento está a dispersar-se pelas freguesias vizinhas” e até por outros concelhos. “Há uma ligeira tendência crescente dos novos casos, principalmente à custa do adulto jovem. A tendência de diminuição [de casos] mantém-se no grupo 80+ e demais idades, e também nas hospitalizações e na mortalidade”, reforçou.
“As hospitalizações continuam uma tendência decrescente e, atualmente, a faixa etária que tem mais doentes internados é a faixa dos 40-59, o que também é um fenómeno expectável, porque à medida que vamos protegendo a população de mais idade com a vacinação é normal que cresça este impacto”, disse, destacando ainda que a mortalidade “mantém-se em níveis muito baixos, com três mortos por milhão de habitantes”.
Quanto à testagem, o perito da DGS salientou a realização de 270 mil testes na última semana, dos quais 75% eram testes rápidos de antigénio, sobretudo entre a população ativa, e uma taxa de positividade “bem abaixo do valor de referência” de 4%, apesar de um aumento ligeiro nas últimas semanas.