As mulheres portuguesas representam 53% da população, 88% das famílias monoparentais, 54% do total de doutoramentos e 49% da população empregada, mas também 54% da população em risco de pobreza ou 51% dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção.
Estes e outros dados estatísticos constam do “Retrato dos Homens e das Mulheres”, elaborado pela Pordata, um projeto da Fundação Francisco Manuel dos Santos, com informação estatística sobre a sociedade portuguesa relativa aos anos de 2016 e 2017.
O retrato traz um conjunto de indicadores sobre os homens e as mulheres portugueses em cinco áreas, desde população, casamento e família, conhecimento e redes, trabalho e atividade e rendimentos.
Em relação à primeira área, a população portuguesa divide-se entre 4.891.983 homens e 5.433.469 mulheres, sendo que a percentagem mais elevada de mulheres (58%) regista-se no município de Porto Moniz, na Região Autónoma da Madeira, e a mais baixa no Corvo (43%), nos Açores.
Em comparação com a Europa a 28, Portugal tem 53% de mulheres, dois pontos percentuais acima da média europeia.
Mesmo entre os estrangeiros legalmente a viver em Portugal, 51% são mulheres, sendo que há 49% mulheres entre a população imigrante e 39% entre os emigrantes.
As mulheres têm uma esperança média de vida à nascença de 83 anos, contra 78 dos homens, havendo 178 mulheres idosas por cada 100 jovens, número que desce para os 121 nos homens idosos.
Elas são quem vive mais tempo, já que representam 52% dos indivíduos com 75 anos ou mais por cada 100 com mais de 65 anos.
Dentro do capítulo família e casamento, a Pordata aferiu que a idade média das mulheres para o primeiro casamento é de 31 anos, enquanto nos homens é de 33 anos, sendo que elas representam 88% das famílias monoparentais (387.320).
Na parte de conhecimento e redes, o registo vai para 49% de mulheres entre os alunos matriculados desde o pré-escolar ao ensino superior, e é precisamente nas universidades que elas estão em maior número, onde representam 54%.
Dentro dos doutoramentos, 1.587 são de mulheres, contra 1.382 de homens, relativos ao ano de 2015. Já entre os docentes no ensino superior, o número mais elevado pende para os homens, havendo registo em 2015 de 18.097, contra 14.483 mulheres.
Entre a população com pelo menos o ensino secundário, há 43% de homens e 52% de mulheres, números muito abaixo da média europeia, com 78% de mulheres e 77% de homens na União Europeia a 28.
No que diz respeito ao trabalho, dentro do total da população masculina, 53% tem o ensino básico, 26% o secundário e pós-secundário e 19% o ensino superior. Nas mulheres, essas percentagens variam para 39%, 27% e 32%, respetivamente.
No total da população empregada, 49% são mulheres e 51% são homens, sendo que, dentro do total de mulheres, 36% trabalham por conta própria e 51% por conta de outrem. Já entre os desempregados, 239 mil são do sexo feminino, contra 224 mil do sexo masculino. Entre as mulheres desempregadas, 52 mil têm o ensino superior.
Entre os homens inativos, 387 mil são estudantes, 10 mil são domésticos e 808 mil são reformados. Entre as mulheres inativas, 420 mil são estudantes, 377 mil são domésticas e 944 mil são reformadas.
Olhando para os rendimentos, elas são quem correm maior risco de pobreza, 54% contra 46% de homens, e são elas também quem mais recebe o rendimento social de inserção (51%).
A disparidade salarial entre homens e mulheres chega aos 18% em Portugal, número que sobe para os 26% nos quadros superiores, e anda nos 4% entre praticantes e aprendizes.
As mulheres que trabalham por conta de outrem têm um rendimento médio mensal de 982,5 euros, enquanto os homens chegam a ganhar 1.215,1 euros.
C/ LUSA