O saldo migratório (diferença entre os que vieram de fora para residir na Região e os que saíram, deixando de ser residentes cá) registado em 2022 (+1 911) foi determinante para aumentar a população residente da Região neste ano, uma vez que se sobrepôs à evolução desfavorável do saldo natural (diferença entre os nados-vivos e os óbitos, que passou de -1 131 em 2021 para -1 345 em 2022).
A taxa de crescimento efetivo (que conjuga o efeito migratório com o efeito natural) foi positiva, de +2,2‰ (+3,1‰ em 2021). Para esta taxa contribuiu essencialmente o valor positivo da taxa de crescimento migratório (7,6‰), que prevaleceu sobre a taxa de crescimento natural negativa (-5,3‰).
Os maiores acréscimos populacionais em termos relativos foram observados nos municípios do Porto Santo (26,0‰) e Santa Cruz (10,5‰). É de salientar que os municípios de Santana (-11,6‰), Machico (-5,6‰), São Vicente (-0,8‰) e Calheta (-0,5‰) apresentaram uma taxa de crescimento efetivo negativa.
Em 2022, a densidade populacional da RAM era de 316,1 habitantes por Km2. O Funchal foi o município a registar o maior valor (1 396,3 Hab/Km2), contrastando com o Porto Moniz, que apresentava o valor mais baixo (30,1 Hab/Km2).
A proporção de jovens (população com menos de 15 anos) voltou a diminuir em 2022, representando 12,5% da população total (12,8%, em 2021). A proporção de idosos (população com 65 ou mais anos) manteve a tendência crescente dos últimos anos, atingindo 20,6% da população residente (20,2%, em 2021). Em consequência, o índice de envelhecimento, que relaciona o número de idosos por cada 100 jovens, voltou a aumentar, fixando-se em 165,0 pessoas idosas por cada 100 jovens (158,2 em 2021). Os valores mais elevados deste indicador registaram-se no Porto Moniz (329,5) e em Santana (291,8). Os valores mais baixos foram observados em Santa Cruz (103,8) e Câmara de Lobos (107,3), sendo que em todos os municípios o número de idosos supera o número de jovens.
A tendência de envelhecimento demográfico reflete-se na alteração do perfil das pirâmides etárias da Região ao longo da última década (2012-2022). Com efeito, pode observar-se, por um lado, o estreitamento da base da pirâmide, que traduz uma redução dos efetivos populacionais, por via da diminuição da natalidade, e, por outro, o alargamento do topo da pirâmide, que reflete o acréscimo do número de pessoas idosas, relacionado com o aumento da esperança de vida.
O número médio de filhos por mulher em idade fértil (15-49 anos), traduzido pelo índice sintético de fecundidade, ascendeu a 1,25 filhos por mulher (1,23 em 2021), permanecendo consideravelmente abaixo do valor necessário para assegurar a substituição das gerações (2,1 filhos por mulher em idade fértil).
Em 2022, registaram-se 1 758 nados-vivos, filhos de mães residentes na Região, mais 14 crianças do que em 2021, correspondendo a uma taxa bruta de natalidade de 6,9 nados-vivos por mil habitantes (valor idêntico ao do ano anterior).
Nesse ano, registaram-se 3 103 óbitos de residentes na Região, mais 228 óbitos (+7,9%) do que em 2021. A taxa bruta de mortalidade atingiu 12,3 por mil habitantes, valor superior ao observado em 2021 (11,4‰).
A taxa bruta de nupcialidade apresentou um aumento significativo, passando de 3,4 casamentos por 1 000 habitantes em 2021 para 4,5 casamentos por 1 000 habitantes em 2022. Quanto à taxa bruta de viuvez, o valor foi idêntico ao apurado no ano anterior (4,4 viúvos por 1 000 habitantes).