Num relatório hoje divulgado na página da AEA indica-se que as mortes prematuras devido à poluição atmosférica têm vindo a descer (especialmente relacionadas com o dióxido de azoto) mas acrescenta-se que a “poluição atmosférica continuou a levar a uma carga significativa de mortes prematuras e doenças nos 27 Estados-membros da União Europeia” (UE).
De acordo com o documento, no ano em análise (2019) a exposição a partículas finas (partículas poluentes em suspensão) provocou 307.000 mortes prematuras na UE, 40.400 mortes foram atribuídas à exposição crónica ao dióxido de azoto, e 16.800 mortes prematuras à exposição aguda ao ozono.
Muitas destas mortes, considera a AEA, podiam ser evitadas se os Estados cumprissem as normas de qualidade do ar da UE e os valores de referência da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em Portugal, estima-se no relatório, seriam poupadas 1.900 mortes prematuras se fossem cumpridos os valores da OMS.
As doenças cardíacas e os acidentes vasculares cerebrais são as razões mais comuns de mortes prematuras atribuíveis à poluição do ar, seguidas das doenças pulmonares e do cancro do pulmão.
A UE tem como meta reduzir o número de mortes prematuras devidas à exposição a partículas finas em 55% até 2030, em comparação com os valores de 2005. Assim, de 456.000 mortes atribuíveis a partículas finas, em 2005, seria o equivalente a reduzir o número de mortes prematuras para 250.800.
Comparando com 2005, em 2019 as mortes prematuras atribuíveis à exposição a partículas finas diminuíram em 33% nos 27 Estados da UE.
A AEA diz no documento que se esta taxa de redução se mantiver no futuro espera-se que a UE atinja a meta do Plano de Ação de Poluição Zero (com especial ênfase nas partículas finas).
As novas diretrizes da OMS sobre a qualidade do ar foram publicadas este ano e as normas da UE, baseadas nas antigas diretrizes da OMS, são menos exigentes. A UE já iniciou a revisão das diretivas de qualidade do ar, para as alinhar com as novas recomendações da OMS.
A AEA considera que para cumprir a meta para 2030 é preciso que os Estados implementem plenamente os seus programas nacionais de controlo de poluição atmosférica. E alerta para os desafios acrescidos relacionados com as tendências de envelhecimento e urbanização da população europeia. Porque pessoas mais idosas são mais sensíveis à poluição atmosférica, e nas cidades as pessoas estão mais expostas a concentrações de partículas finas.