O chefe de governo polaco, que falava durante uma conferência de imprensa, negou três vezes, perante a repetição das perguntas, que a Polónia vá ceder alguns dos seus aviões de combate à Força Aérea ucraniana, em troca de receber aviões F-16 dos Estados Unidos.
"A Polónia, em estreita cooperação e coordenação com a NATO, está a tentar desescalar [a guerra na Ucrânia]”, sublinhou Morawiecki, acrescentando que a Polónia e a NATO “não estão em guerra com a Rússia”.
"Não forneceremos caças à Ucrânia e também não disponibilizaremos os nossos aeroportos para a Ucrânia. Já fornecemos ajuda significativa em muitas outras áreas", salientou o primeiro-ministro polaco.
Na terça-feira, o Presidente da Polónia, Andrzej Duda, já tinha rejeitado o envio de combatentes para a Ucrânia, justificando que isso “significaria uma interferência militar no conflito”.
Outros membros do governo polaco asseguraram esta segunda-feira que Varsóvia opõe-se a uma decisão unilateral.
O vice-ministro do Interior, Mariusz Kamiński, destacou que "a decisão sobre este tipo de ajuda deve ser tomada a nível da NATO como um todo. Não deve acontecer que um ou outro país ajude sozinho".
Também o chefe do Gabinete de Segurança Nacional, Paweł Soloch, sublinhou, numa entrevista, que "não há decisões sobre [enviar] os combatentes" e que no momento Varsóvia "não planeia transferi-los para a Ucrânia", porque a decisão "deve ser tomada pelos aliados".
Segundo noticiou a imprensa polaca, o Ministério da Defesa russo considera que “os países que utilizam os seus aeroportos para disponibilizar à Ucrânia aviões de combate podem ser considerados participantes no conflito”.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.