No texto, apoiado por todos os senadores, consta que “os invasores russos” são “bandidos” que “aterrorizam os ucranianos bombardeando alvos civis: creches, escolas, teatros e conjuntos habitacionais”, e que “torturam e assassinam prisioneiros de guerra” nos territórios ocupados.
A declaração da câmara alta do parlamento polaco é destinada a “todos os países do mundo livre” que “acreditavam que nunca seriam ameaçados por um genocídio”, mas a quem o Presidente russo, “Vladimir Putin, e a sua comitiva terrorista voltaram a apresentar as práticas cruéis dos estalinistas e dos regimes nazis”.
O documento refere também o “sequestro de crianças ucranianas para as criar (como russas)” e a "deportação e realocação de cidadãos ucranianos para os ‘confins’ da Rússia".
“O Senado da República da Polónia condena veementemente a agressão russa e pede a todos os países a favor da paz, democracia e direitos humanos que reconheçam o governo da Federação Russa como um regime terrorista”, afirma o documento.
Varsóvia adotou em setembro impedimentos à entrada no seu território de cidadãos russos “por razões de segurança nacional” e “pelo aspeto moral da guerra”, admitindo como únicas exceções a receção de “dissidentes e casos humanitários, familiares, diplomatas e viajantes em trânsito de e para o enclave russo de Kaliningrado”.
Vários membros do Governo polaco e do partido no poder, o Lei e Justiça (PiS), manifestaram-se recentemente a favor da construção de um muro fronteiriço ao longo da fronteira com a região de Kaliningrado.
O vice-ministro do Interior polaco, Bartosz Grodecki, afirmou, em 15 de setembro, que “a fronteira com a Rússia deve ser reforçada” porque aquele país é “um vizinho instável” que “comete atos de terrorismo contra os seus vizinhos”.
Já há duas semanas, a assembleia parlamentar do Conselho da Europa apelou aos 46 Estados-membros para que considerassem a Rússia como um “Estado patrocinador do terrorismo”.
A resolução foi aprovada com apenas uma abstenção, minutos após um discurso emocionado do Presidente ucraniano, no qual Volodymyr Zelenskyy defendeu que a Rússia “só quer usar a linguagem do terror”.
O Conselho da Europa foi a primeira organização internacional a definir a Rússia como um Estado terrorista, tendo apelado também à criação de um tribunal internacional para julgar os crimes de guerra perpetrados pela Rússia na Ucrânia.
Mais recentemente, há cerca de uma semana, o parlamento da Estónia aprovou uma moção na qual declara a Rússia como Estado terrorista, alegando que, “com as ameaças de ataque nuclear, o regime russo transformou-se na maior ameaça à paz quer na Europa, quer no mundo”.
No entanto, o primeiro país a acusar a Rússia de terrorismo foi a Letónia, que, em 11 de agosto, afirmou que o regime do Kremlin patrocinava o terrorismo “por utilizar o sofrimento e intimidação como instrumentos para tomar a Ucrânia”.