Depois de a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), integrada nos protestos dos polícias e militares, ter anunciado uma vigília, a 02 de maio, junto ao Palácio de Belém, hoje foi a vez do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP) e do Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) avançarem com as medidas de contestação.
O SPP organiza a 04 de maio uma concentração junto à Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública e o Sinapol realiza, entre 08 e 12 de maio, uma distribuição de folhetos em aeroportos e portos marítimos de Lisboa, Porto, Ponta Delgada e Funchal, nomeadamente junto de turistas.
Em causa está o descongelamento das carreiras, a atualização salarial e a falta de efetivo. “Neste momento, na polícia falta tudo”, disse à agência Lusa o presidente do Sinapol.
Armando Ferreira adiantou que cada polícia perdeu em média, entre 2005 e 2018, um valor acumulado de 40 mil de euros devido aos cortes nos salários, congelamento nas carreiras e falta de promoções.
O sindicalista disse também que a PSP perdeu cerca de 3.000 polícias em 10 anos e, se nada for feito, o número pode subir para 5.000 em 2020.
“Na impossibilidade de fazer greve, temos que encontrar formas de pressão mais eficazes para fazer valer as nossas pretensões”, disse, salientando que a distribuição de panfletos, nomeadamente junto de turistas, realiza-se quatro anos depois de o Sinpol ter realizado uma ação semelhante nas mesmas cidades.
“Você está mesmo seguro?” é o destaque do folheto que o Sinapol vai entregar a 08 de maio no aeroporto de Lisboa, a 09 no aeroporto e centro da cidade do Porto, a 10 em Ponta Delgada e 11 no Funchal, onde está prevista a chegada de cruzeiros.
O protesto termina com a entrega dos folhetos, a 12 de maio, no Parque das Nações junto ao local onde se realiza o Festival da Eurovisão.
Por sua vez, o SPP optou por realizar uma concentração junto à Direção Nacional da PSP para demonstrar que os polícias estão unidos nos protestos.
“Os polícias estão na rua, na primeira quinzena de maio, a protestar”, disse à agência Lusa o presidente do SPP, Mário Andrade, adiantando que as várias ações de protestos não têm o objetivo dividir os sindicatos, mas mostrar a união e a indignação dos polícias.
Segundo Mário Andrade, a primeira quinzena de maio vai ser “agitada com uma contestação persistente” para demonstrar ao poder político o descontentamento e exigir medidas urgentes, tendo em conta que se desconhece quando e como vai ser feito o descongelamento das carreiras.
LUSA