Cerca de 60 agentes afetos a três sindicatos concentraram-se sexta-feira, junto ao edifício do comando regional da Madeira, para evocar o episódio que ficou conhecido como "Secos e Molhados" quando, a 21 de abril de 1989, uma manifestação de agentes acabou reprimida quando outros agentes lançaram jatos de água e usaram bastões para dispersar o protesto.
O delegado sindical, João Branco, do Sindicato de Polícia ‘Pela Ordem e Liberdade’ evocou a data como "o 25 de Abril do sindicalismo das forças de segurança" e pediu mais apoio das entidades oficias regionais.
"Nós vimos, há pouco tempo, o tal ‘renaming’ do nome aeroporto para procurar a vinda de mais turistas mas eu aposto, sem me querer meter em políticas, que, se a segurança não estivesse assegurada na região, podia mudar-se o nome dos aeroportos que os turistas não vinham para a região", afirmou.
João Branco acrescentou que, se "não fosse o clima de segurança que se vive na região, com certeza que as pessoas não vinham para a ilha", exemplificando com alguns dos principais cartazes turísticos regionais, como as festas do final do ano ou da Festa da Flor.
"Muitas dessas festas, que graças a Deus têm corrido sempre bem, também se devem à polícia e nós não vemos nem um agradecimento", reclamou.
Reconheceu não estar à espera de nenhum reconhecimento em especial por parte do executivo madeirense, mas admitiu que precisariam, de "vez em quando, de um apoio das entidades oficiais".
A evocação que fizeram foi organizada juntamente com outros dois sindicatos, o Sindicato Independente Livre da Polícia e o Sindicato Independente dos Agentes de Polícia.
João Branco deixou ainda lamentos relativamente a problemas concretos que os agentes sentem na Madeira.
"A nível de saúde, aqui na Madeira, temos bastantes lacunas comparado com o continente", exemplificando que os descontos feitos para esta área só lhes dão acesso "a um, dois médicos", enquanto no continente há acordo para todas as especialidades.
"Nós aqui continuamos um pouco desamparados, apesar de ter melhorado um bocadinho com esta mudança de comando, temos agora uma comandante que já nos ouve periodicamente e o que pedimos é não sermos tratados como números", disse.