Os manifestantes foram dispersados pela Polícia Nacional Bolivariana (PNB) com recurso a gás lacrimogéneo e disparos de chumbo, constatou no local a agência noticiosa espanhola Efe.
As duas dezenas de jovens foram detidas no município de Chacao, considerado um `bastião` da oposição.
Segundo Freddy Guevara, primeiro-vice-presidente do parlamento, onde a oposição detém a maioria, o número de detidos ronda os 40 e inclui várias mulheres.
O deputado, que é coordenador nacional do partido Voluntad Popular, indicou que a maioria dos detidos frequenta a Universidade Simón Bolívar (USB) de Caracas.
O dirigente da oposição e ex-candidato presidencial Henrique Capriles difundiu um vídeo na rede de mensagens instantâneas Twitter que mostra agentes das forças de segurança a fazer detenções e a "roubar" os estudantes, segundo denunciou.
O presidente da Federação dos Centros de Estudantes da USB, Daniel Ascanio, confirmou, através da mesma rede, que há três menores entre os detidos.
A coligação da oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD) convocou uma mobilização até à sede da Comissão Eleitoral para protestar contra o processo de alteração à Constituição promovido pelo Governo.
Os opositores afirmaram que a manifestação foi "reprimida" pelas autoridades, o que impediu a sua continuação.
A Venezuela encontra-se mergulhada numa grave crise política que opõe o Presidente do país ao parlamento, dominado pela oposição.
Os protestos intensificaram-se no princípio de abril, com a oposição a convocar manifestações para exigir a destituição de magistrados do Supremo Tribunal devido à decisão de assumir as funções do parlamento, a qual foi revertida pouco tempo depois, bem como eleições antecipadas e a libertação de presos políticos e do fim da repressão.
As manifestações, das quais muitas resvalaram em violentos confrontos, agravaram-se com o anúncio, no início de maio, do arranque do processo de criação de uma Assembleia Constituinte para reformar a Constituição, como a única forma de garantir a paz.
A oposição considerou esta decisão um golpe de Estado e uma forma de Maduro conseguir perpetuar-se no poder.
A eleição da Assembleia Constituinte está marcada para o próximo dia 30 de julho.
Desde o início da onda de protestos foram registados pelo menos 80 mortos, de acordo com o último balanço do Ministério Público.
Este número foi revisto esta noite após a morte de um jovem de 18 anos que tinha ficado ferido na segunda-feira durante uma manifestação em Aragua, estado no norte do país.