"Gostaria de saudar com satisfação a saída dos portos ucranianos de cargas de cereais. Este passo demonstra que é possível dialogar e alcançar resultados concretos que beneficiem a todos", declarou o chefe da Igreja Católica, diante dos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, em Roma, no final da tradicional oração do Ângelus.
"Este é também um sinal de esperança e espero sinceramente que, seguindo este caminho, seja possível acabar com os confrontos e alcançar uma paz justa e duradoura", acrescentou.
No sábado, um cargueiro chegou ao porto ucraniano de Chernomorsk, na região de Odessa, no Mar Negro, para carregar cereais, pela primeira vez desde a invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro.
O bloqueio de grandes quantidades de cereais nos portos ucranianos, desde o início do conflito, provocou o aumento dos preços dos alimentos nos países mais pobres e uma crise alimentar global.
No final de julho, o Papa Francisco, que nunca deixou de condenar a guerra, mantendo uma abertura diplomática com Moscovo, reiterou o "desejo" de se deslocar à Ucrânia, sem avançar detalhes sobre a data de uma possível visita.
O Papa, de 85 anos, deve viajar ao Cazaquistão em meados de setembro para participar num congresso de líderes religiosos, onde poderá encontrar-se com o líder da Igreja Ortodoxa Russa, o patriarca Cirilo, que é um aliado próximo de Vladimir Putin e apoiante da ofensiva de Moscovo na Ucrânia.