A cerimónia começou quando eram 19:30 em Portugal, com a Basílica de S. Pedro, no Vaticano, na penumbra e em silêncio, simbolizando a dor “perante a morte do Senhor”.
Lembrando as últimas horas de Jesus Cristo e os que ficaram sem saber reagir perante tantas situações dolorosas, os discípulos que ficaram calados após a crucifixação, Francisco fez um paralelismo com os dias de hoje, falando do discípulo de hoje, “sem palavras perante uma realidade que lhe é imposta, fazendo-o sentir, e o que é pior acreditar, que nada se pode fazer para reverter tantas injustiças” que os irmãos sentem na pele.
O papa criticou essa atitude, que cala “a esperança” e leva as pessoas a pensar que “sempre foi assim”, acabando por se banalizar as injustiças.
Lamentando esses silêncios, Francisco sustentou que celebrar a Páscoa “é deixar Jesus superar essa atitude mesquinha que tantas vezes” rodeia as pessoas “e tenta sepultar todo o tipo de esperança”.
Francisco convidou ainda os presentes a refletirem sobre uma pergunta: “Queremos fazer parte deste anúncio de vida ou ficaremos calados perante os acontecimentos?”.
Na homilia, o papa batizou oito adultos, entre eles um mendigo nigeriano que se tornou herói em Itália depois de ter desarmado um ladrão só com as mãos.
A ação de John Ogah foi noticiada na imprensa italiana, segundo a qual o homem desarmou um ladrão de supermercado e manteve-o agarrado até à chegada da polícia, afastando-se depois por não estar legal no país.
As autoridades acabaram por dar autorização de residência a Ogah (cujos atos corajosos foram gravados pelas câmaras de segurança), que tem agora um emprego na Cruz Vermelha e uma casa, e que teve o apoio do chefe da polícia de Roma para o batismo de hoje.
LUSA