Acompanhado por uma missão humanitária, Luis Manuel Díaz, pai do antigo jogador do FC Porto, que foi sequestrado desde final de outubro, chegou de helicóptero ao aeroporto de Valledupar, no norte da Colômbia.
A Conferência Episcopal colombiana publicou uma fotografia do Luis Manuel Díaz numa zona de mato, enquanto uma mulher controlava a sua tensão arterial.
"Viva a Liberdade e a Paz!", reagiu o presidente do país Gustavo Petro, nas redes sociais.
O Liverpool, da Liga de futebol inglesa, manifesta-se "encantado por saber do regresso são e salvo do pai de Luis Díaz" e agradece a "todos os que contribuíram para a sua libertação".
O ELN, que prossegue negociações de paz com o governo, raptou em 28 de outubro os pais do jogador internacional, numa estação de serviço de Barrancas, a cidade natal da família, próxima da fronteira com a Venezuela. Ainda no mesmo dia, a mão acabou por ser libertada.
Mais de 250 polícias e militares foram mobilizados para as buscas. A ELN viria a dizer, no entanto, que essa presença no terreno tornava difícil uma libertação "rápida e segura", o que levou à retirada das unidades, na segunda-feira.
No domingo, Luis Díaz tinha dedicado ao pai o golo marcado contra o Luton, no empate 1-1, levantando a camisola para aparecer a mensagem "Libertad para papa". Mais tarde, viria a falar da sua "angústia", nas redes sociais.
Luis Díaz brilhou no futebol colombiano antes de chegar ao FC Porto e depois ao Liverpool, contratado por uma verba que podia atingir os 60 milhões de euros.
Pela primeira vez, um indígena colombiano chegou a clubes da elite mundial.
O rapto colocou em perigo o processo de paz na Colômbia, iniciado há um ano, bem como o cessar-fogo vigente desde 03 de agosto.
Gustavo Petro chegou a dizer que o acontecimento "rompia a confiança" entre as partes, enquanto António Garcia, comandante militar da ELN, admitiu no sábado que foi "um erro".
Petro procura a política de ‘paz total’ na Colômbia, procurando desarmar todos os grupos ilegais no país.
A ELN é um grupo dissidente das já extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), prosseguindo a luta desde 2016.
Em seis décadas de conflito civil na Colômbia, o rapto tem sido uma ‘arma recorrente’ – segundo fontes oficiais, cerca de 30 casos foram realizados pelo ELN, entre janeiro e setembro deste ano.
Lusa