Em comunicado, o porta-voz do secretário-geral, Stéphane Dujarric, indicou que Guterres está "ativamente empenhado com os líderes para fazer tudo o que é possível para diminuir as tensões na região, evitar ações e retóricas inflamatórias e restaurar a calma".
"As provocações devem parar imediatamente. Os dias santos contínuos para muçulmanos, judeus e cristãos devem ser um período de paz e reflexão, não de incitação e violência. O secretário-geral reitera que o ‘status quo’ dos locais sagrados de Jerusalém deve ser mantido e respeitado", referiu a nota.
Segundo Stéphane Dujarric, o secretário-geral está comprometido em apoiar palestinianos e israelitas, para que resolvam o conflito com base em resoluções relevantes das Nações Unidas, do direito internacional e de acordos bilaterais.
O porta-voz destacou ainda que Guterres reafirma a necessidade de travar o "uso excessivo da força e interromper todas as medidas unilaterais, como os colonatos e despejos, que podem prejudicar a solução de dois Estados".
O comunicado da ONU surge pouco tempo após os primeiros confrontos armados entre Israel e as milícias palestinianas na Faixa de Gaza em sete meses e após várias semanas de tensão, que nos últimos dias levaram a graves incidentes na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental.
A nova vaga de violência na região começou há quase um mês, com uma série de ataques em território israelita que foram seguidos por várias incursões das forças de segurança na Cisjordânia, muitas delas provocando fortes confrontos e vítimas mortais do lado palestiniano.
Desde 22 de março, quando foi registado o primeiro ataque na cidade israelita de Beersheva, 40 pessoas já morreram em episódios violentos.
As forças de segurança israelitas detiveram 11 palestinianos "suspeitos de terrorismo", em várias incursões na Cisjordânia ocupada nos últimos dias, informou o exército de Israel na segunda-feira.
As incursões ocorreram nas cidades palestinianas de Husan, perto de Belém, e Al-Yamun, na região de Jenin, "devido ao recente aumento da ameaça de terrorismo", disse um porta-voz militar.
Na semana passada, confrontos entre a polícia israelita e manifestantes palestinianos foram registados na Esplanada das Mesquitas, onde se encontra a Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Ocidental, o terceiro local mais sagrado do Islão.
Os incidentes provocaram mais de 150 feridos, sendo que a esmagadora maioria eram civis palestinianos.
O Governo israelita relatou na altura que os confrontos começaram quando dezenas de homens encapuzados, com bandeiras palestinianas e do movimento de resistência islâmica Hamas, no poder na Faixa de Gaza, entraram na esplanada com pedras, “forçando a polícia a entrar no local para dispersar a multidão e remover as pedras”.