Em 97,6% dos casos as vítimas e os agressores frequentavam o mesmo estabelecimento de ensino, sendo que em 53,7% dos casos o motivo para o ‘bullying’ foi o aspeto físico das vítimas e em 48,8% os resultados académicos, segundo o estudo, divulgado no Dia Escolar da Paz e Não Violência.
Diversidade funcional (24,40%), idade (20,70%), sexo (15,90%), orientação sexual (7,30%), identidade de género (6,10%), nacionalidade (6,10%) e etnia ( 1,20%), foram as restantes causas de ‘bullying’.
Tristeza (61%), ansiedade e/ou nervosismo (58,5%) e vergonha (57,3%), foram as consequências do ‘bullying’ nas vítimas. Destas, 11% correram risco de vida, 45,1% necessitarem de apoio psicológico e 22% de tratamento médico.
A média de idades de quem sofreu ‘bullying’ é de 13 anos e a de quem o praticou é de 15.
Do total as vítimas de ‘bullying’, 25 eram mulheres, 20 homens e em 37 situações não foi confirmado o sexo da vítima.
Quanto aos agressores, 19 eram do sexo masculino, 15 do sexo feminino, enquanto nos restantes 49 não existe informação sobre o sexo.
Em 32,9% dos casos, as pessoas denunciantes são encarregadas de educação das vítimas ou ex-vítimas e em 14,6% são familiares das vítimas ou ex-vítimas.
A média de idades das pessoas denunciantes é de 32 anos. Estas tiveram conhecimento da existência do ObNB através dos media tradicionais, em 29,7% casos, de outras fontes, em 28% dos casos, e das redes sociais, em 22% dos casos.
No que respeita às ações desencadeadas pelos testemunhos ou pelas pessoas que tiveram conhecimento dos casos de ‘bullying’, 25,6% das pessoas apoiaram a vítima, 12,2% defenderam-na no momento, 2,4% das pessoas não agiram no momento mas mais tarde, 2,4% das pessoas não tomaram qualquer atitude e 1,2% encaminhou a vítima para um serviço de apoio especializado.
Dos 82 casos de ‘bullying’ denunciados, 29,3% ocorreram no distrito de Lisboa e 14,6% no do Porto.
Em 22% dos casos, o ‘bullying’ foi praticado quando as vítimas frequentavam o 1.º ciclo do ensino básico, 17,1% o 2.º ciclo do ensino básico e 13,4% o 3.º ciclo do ensino básico.
O recreio e/ou pátio do estabelecimento de ensino foram o local de maior ocorrência de situações de ‘bullying’, com os intervalos da manhã e da tarde como períodos privilegiados para os atos.
No que respeita à forma de ‘bullying’ praticado, 57,30% foi praticado de forma presencial, 4,90% de forma ‘online’ e 37,80% de ambos os modos.
Já no que concerne à tipologia de ‘bullying’ praticado, 90,20% foi de cariz psicológico, 65,90% de cariz social, 54,90% de cariz físico, 9,80% sexual e 4,90% financeiro.
Em 52,4% dos casos, o ‘bullying’ foi praticado quase todos os dias e em 26,8% ocorreu todos os dias.
Os dados constam do ‘Fact Sheet’ com os resultados o ObNB referentes ao ano de 2021.
Com dois anos de existência, o ObNB pretende mapear o fenómeno do ‘bullying’ em Portugal com base nas denúncias informais efetuadas por vítimas, ex-vítimas, testemunhas e pessoas que tiveram conhecimento da vitimação.