Al Gaizi explicou que estes cálculos derivam dos enormes danos registados em vários bairros de Derna, acrescentando que a interrupção das comunicações está a dificultar as operações de busca e salvamento.
Segundo o autarca, em declarações à rede de televisão Al Arabiya, a manutenção da barragem da cidade – que rompeu pouco depois de outra localizada a montante ter cedido, devido à pressão da água – não era realizada desde 2008 devido à crise política no país.
Os trabalhos de busca e salvamento continuam na cidade e noutras localidades afetadas no leste da Líbia, onde cerca de 34 mil pessoas foram deslocadas pelas inundações, incluindo 30 mil em Derna, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
De acordo com as autoridades locais, há pelo menos 5.200 mortos, embora fontes do governo de unidade da Líbia tenham indicado 6.000 mortes.
A tempestade mediterrânica Daniel causou inundações devastadoras em muitas cidades no leste da Líbia na noite de domingo para segunda-feira, mas a destruição foi pior em Derna, onde bairros inteiros desapareceram.
O primeiro-ministro do governo do leste da Líbia, Ossama Hamad, disse que muitos dos desaparecidos terão sido levados pelas águas depois de as duas barragens terem ruído na segunda-feira, libertando um total de 33 milhões de metros cúbicos de água.
A Líbia está, há mais de uma década, dividida entre duas administrações rivais: uma no leste e outra no oeste, cada uma apoiada por diferentes milícias e governos estrangeiros.
O conflito deixou o país do Norte de África, rico em petróleo, em pleno caos, com infraestruturas desintegradas e inadequadas.
A tempestade Daniel atingiu o país depois de causar estragos na semana passada na Grécia, na Bulgária e na Turquia, onde ocorreram perto de 30 mortes.