“Este é o número mais elevado desde que a OMS iniciou a monitorização global da tuberculose em 1995, acima da base de referência pré-covid (e anterior pico histórico) de 7,1 milhões em 2019”, refere a organização no Relatório Global de Tuberculose 2023.
Durante os anos 2020 e 2021, o número de casos diagnosticados baixou para 5,8 e 6,4 milhões, respetivamente, devido à perturbação provocada pela pandemia de covid-19 nos sistemas de saúde. O aumento de casos revela por isso “uma recuperação significativa na expansão dos serviços de diagnóstico e tratamento da tuberculose em 2022”, conclui a OMS.
No ano passado, “a tuberculose foi a segunda doença infecciosa que mais matou em todo o mundo, depois da covid-19” e também “a principal causa de morte de pessoas com VIH e uma das principais causas de morte relacionadas com a resistência antimicrobiana”.
A OMS estima que 10,6 milhões de pessoas tenham sido infetadas com a doença em 2022, uma taxa de incidência que registou um aumento de 3,9% entre 2020 e 2022, invertendo os declínios anuais dos últimos 20 anos.
“Globalmente, em 2022, a tuberculose causou uma estimativa de 1,30 milhões de mortes, incluindo 167 mil pessoas com HIV.
Oito países foram responsáveis por mais de dois terços do total mundial: Índia, Indonésia, China, Filipinas, Paquistão, Nigéria, Bangladesh e República Democrática do Congo, refere a OMS, salientando que os “esforços globais de combate à doença salvaram cerca de 75 milhões de vidas desde o ano 2000”.
Segundo a OMS, estima-se que 410 mil pessoas desenvolveram tuberculose multirresistente” em 2022, salientando que, apesar disso, a taxa de sucesso do tratamento da doença “resistente aos medicamentos foi de 63% a nível mundial”.
Lusa