A Índia registou hoje um novo recorde diário de casos confirmados de infeção com SARS-CoV-2, com mais de 217.000, no que constitui a segunda onda da pandemia neste país, o segundo mais afetado no mundo em número de casos (14,3 milhões) e o quarto em mortes (174.308).
A descoberta da nova variante foi o resultado de um trabalho de sequenciamento genético do coronavírus SARS-CoV-2 que está a ser realizado em todo o mundo e que visa detetar, o quanto antes, qualquer modificação do vírus que possa torná-lo mais transmissível, capaz de causar mais sintomas sérios ou tornar os testes, vacinas ou medicamentos ineficazes.
“Como sabemos, os vírus mudam, sofrem mutações com o tempo e essa é uma variante de interesse que estamos a acompanhar”, disse a especialista.
Maria Van Kerkhove acrescentou que as mutações detetadas apresentam algumas semelhanças com outras já registadas e que podem causar mais infeções e, em alguns casos, “podem reduzir a neutralização, o que pode ter impacto em medidas como as vacinas”.
A especialista disse que a OMS está a trabalhar com a Índia e outros países para aumentar o sequenciamento genético no mundo e detetar e avaliar as variantes de interesse e as consideradas "preocupantes".
Estas últimas são as variantes identificadas pela primeira vez no Reino Unido, África do Sul e Japão, quase ao mesmo tempo que no Brasil.
“As vacinas continuam a trabalhar contra as variantes preocupantes e, em particular, contra os sintomas graves, e isso é importante dizer”, enfatizou Van Kerkhove.