O secretário da Economia, Turismo e Cultura da Madeira afirmou que o objetivo do executivo insular é que esteja implementado no próximo ano um novo modelo e uma nova rede integrada de transportes públicos na Região.
Eduardo Jesus falava aos jornalistas no Funchal, numa sessão destinada à apresentação pública do processo de reestruturação da Rede de Transportes Públicos da Região Autónoma da Madeira, que tem vindo a ser desenvolvida e resulta de um "novo normativo que vai reger todo o transporte público de passageiros.
Referindo-se à denominada "Lei 52", o governante madeirense realçou que a introdução do diploma "motivou um conjunto de alterações" que o Governo Regional da Madeira desencadeou e, num primeiro momento, passou pela "definição de quem era a autoridade de transporte no espaço interurbano e no espaço urbano" do arquipélago.
No que diz respeito ao espaço interurbano, destacou a importância da colaboração das câmaras municipais da Região com quem foram celebrados os respetivos contratos interadministrativos, os quais atribuem esse papel à Região, o que "permite neste momento preparar o caderno de encargos e passar ao concurso", referiu Eduardo Jesus.
"A colaboração com as autarquias permite uma nova rede de transportes públicos" e o facto da sua relação de proximidade com as respetivas populações dá "garantia que esta traduz as suas preocupações, anseios e necessidades", disse.
O governante insular explicou que a aplicação desta lei visa uma "maior eficiência do transporte e menores custos para os passageiros", permitindo os passes e bilhetes integrados, possibilitando uma maior fluidez por parte do utilizador que pode "viajar comodamente em toda a região", uma situação que beneficia os residentes e os visitantes.
Por resolver está apenas a situação relacionada com a parte urbana, estando o governo madeirense a aguardar que a Câmara do Funchal assine o contrato interadministrativo.
"Na parte urbana a realidade é um pouco diferente porque a região é proprietária de um operador. Neste caso, a Horários do Funchal. E constituindo-se autoridade de transporte fica dispensada de lançamento de concurso público e pode atribuir a este operador toda a operação desta área urbana", realçou.
Questionado sobre quando esta rede estaria operacional, Eduardo Jesus respondeu que o objetivo do executivo insular é "lançar o concurso público durante o verão" para que "em meados do próximo ano a operação possa estar consolidada e o operador que resultar desse concurso possa estar em atividade".
"Pretendemos que o momento efetivo da nova operação não coincida com o intermédio de um ano letivo. Será necessariamente depois de terminar o ano letivo que começa em setembro, procurando o espaço das férias para introduzir as novas regras, com tudo o que resulta deste novo concurso", argumentou, complementando que o governo do arquipélago quer evitar "perturbações com a mudança de sistema".
Ainda salientou que com a implementação desta medida a Região "procura poupar e reduzir o valor das indemnizações compensatórias" nesta área.
Outra situação prevista é a introdução de autocarros híbridos e elétricos, o que vai acontecer na rede da ilha do Porto Santo e está a ser equacionada para o corredor da Estrada Monumental, muito utilizada por turistas, embora ressalve ser necessário ter em conta a difícil orografia da Madeira.
"Os fabricantes hoje já apresentam equipamentos bastante evoluídos, mas temos de ter sempre o cuidado de ter em atenção a orografia do Funchal, que não é a mesma coisa de uma cidade que tem poucas inclinações", ressalvou.
LUSA