Em comunicado, a plataforma, que tem apresentação pública marcada para sábado, diz que quer que o plano para substituir e desativar o aeroporto de Lisboa “envolva medidas imediatas como o fim dos voos noturnos, o cumprimento da Lei Geral do Ruído, bem como a travagem da expansão da atividade aeroportuária em curso”.
A plataforma defende ainda que os terrenos do atual aeroporto, depois deste encerrado, “devem manter-se públicos, com usos que contribuam para a melhoria do acesso à habitação, do ambiente, da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida da população”.
A nova organização aponta que “por causa dos voos noturnos, há residentes de Lisboa que só conseguem dormir com tampões nos ouvidos”, que “uma mãe com um bebé de 10 meses queixa-se de que o filho acorda com o estremecer provocado pelos aviões, uma professora deixou de se conseguir concentrar e vive sob stress na sua própria casa”.
“Mais de 200 mil cidadãos de Lisboa não podem dormir, caminhar na rua, trabalhar, aprender, descansar, brincar ou conversar sem o incómodo ininterrupto dos aviões a passar – são cerca de 600 por dia, um a cada dois minutos e meio, às vezes mais. Os níveis de ruído e poluentes atmosféricos com origem no tráfego aéreo, a que acresce o risco de acidente, foram crescendo ao longo dos anos, negligenciando totalmente a população afetada”, argumentam os fundadores da plataforma cívica.
Sublinham que “este inferno de dia torna-se insuportável durante a noite, pois persiste desde 2003 um regime excecional que autoriza voos noturnos de forma limitada, que o Governo agravou nos últimos meses ao eliminar até as restrições noturnas”, num “martírio não tem par em nenhum lugar da Europa”, que “é insustentável e tem de acabar”.
“Há mais de 50 anos decidiu-se retirar o aeroporto de Lisboa e construir um novo. Não é possível ignorar a necessidade imperiosa de substituir e desativar, de forma definitiva, o aeroporto da Portela. Não é justo nem legal expor quotidianamente milhares de residentes, atividades económicas, escolas, universidades e hospitais a riscos e impactos tão significativos”, acentuam.