De acordo com um comunicado emitido pelos autores, o fóssil, agora identificado como da espécie “Mystriosuchus alleroq”, foi descoberto por paleontólogos de Portugal, Dinamarca e Alemanha em 2012, numa das expedições feitas à Gronelândia Oriental, região que tem sido explorada por paleontólogos desde o início do século XIX.
Segundo Octávio Mateus, professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Nova de Lisboa (UNL) e um dos investigadores que fizeram a descoberta, o fóssil encontrava-se num “local que continha pelo menos quatro fitossauros numa única camada de ossos, o que é raro e espetacular”.
Os fitossauros viveram como crocodilos no Triássico, em quase todos os continentes, mas, apesar das semelhanças, os répteis não são da mesma família de répteis.
De acordo com Víctor López-Rojas, estudante de doutoramento da Universidade NOVA de Lisboa e primeiro autor do estudo, os fitossauros distinguem-se dos demais répteis pelo seu “nariz retraído para a parte posterior do crânio, perto dos olhos".
Através da análise de restos dos quatro indivíduos encontrados, incluindo bebés, jovens e adultos maduros, os investigadores puderam compará-los com outros fitossauros, de modo a identificá-los como uma nova espécie, e compreender a sua ontogenia.
Para além de Víctor López-Rojas e Octávio Mateus são autores do estudo Jesper Milàn (Geomuseum Faxe), Lars B. Clemmensen (Universidade de Copenhaga), Nicole Klein (Universidade de Bona) e Oliver Wings (Museu de História Natural Bamberg).
Um espécime foi preparado na Alemanha e no Museu da Lourinhã, em Portugal, podendo ser visto no museu português e no GeoCenter MonsKlint, na Dinamarca.
Lusa