“Gostaria que as pessoas tivessem consciência da situação insustentável que se vive, atualmente, na Madeira com os níveis de perdas globais de água da ordem dos 70%”, declarou Susana Prada, no decorrer da visita que efetuou à Estação de Tratamento de Águas da Alegria, nas zonas altas do Funchal.
A governante, numa iniciativa para assinalar o Dia Nacional da Água, afirmou que “o principal desafio para os próximos anos é o combate às perdas e diminuir perdas de água para níveis aceitáveis”.
No seu entender, “numa primeira fase, seria reduzir dos 70% para 40% e assim a água poder chegar a todos e chegar ao regadio”.
A responsável ainda destacou que o Governo da Madeira, “desde 2015, tem em curso um investimento da ordem dos 33 milhões de euros em redes de abastecimento dos cinco municípios aderentes à Águas e Resíduos da Madeira (ARM)”, nomeadamente, Câmara de Lobos, Machico, Ribeira Brava, Porto Santo e Santana.
Acrescentou que o executivo fez um investimento de 40 milhões de euros “nos canais de rega para que se perca menos água nas levadas”.
A Águas e Resíduos da Madeira é a empresa responsável pela distribuição de água, saneamento básico e recolha de resíduos nos cinco municípios aderentes na Região Autónoma.
Susana Prada perspetivou que a eficiência destes investimentos se vão tornar visíveis “no início do próximo ano, 2020”.
A secretária regional salientou que a intervenção para evitar este problema “fica ao critério de cada município”, sustentando que “o importante é fazer a recuperação das redes”.
“Ser através da ARM ou do próprio município é perfeitamente indiferente, porque o que é necessário é combater as perdas e fazer os investimentos”, argumentou.
A governante insular referiu que os municípios não aderentes da ARM “estão a investir muito pouco” nesta área.
“Analisei a tabela das candidaturas do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), que é a ARM que tem a grande parte dos investimentos”, disse, apontando que nos municípios não aderentes “há muito pouco investimento e são uma minoria”.
Susana Prada mencionou que “as perdas devem-se a canalizações, tubagens e redes degradadas, com fissuras e a água perde-se pelo caminho antes de chegar ao seu destino”.
A região “não pode ultrapassar a distribuição de 110 milhões de m3 [metros cúbicos] por ano".
Neste encontro com a comunicação social foi ainda apontado que a ARM pratica um preço de 29 cêntimos por cada mil litros aos municípios aderentes, o que representa um custo “40% abaixo da média nacional”.
A Madeira tem “uma água de excelente qualidade”, visto que as captações acontecem em zonas protegidas, gastando “menos no tratamento”, mas tem de investir mais em termos de manutenção de redes, o que acaba por encarecer o seu custo de forma “bastante significativa”, sublinhou.
C/ LUSA