“Senhor secretário-geral retire as forças da FINUL para um local seguro. É preciso fazê-lo já, imediatamente”, declarou Netanyahu durante um discurso, interpelando diretamente Guterres, em inglês.
Pelo menos cinco capacetes azuis ficaram feridos nos últimos dias durante os combates entre as forças israelitas e o grupo xiita libanês Hezbollah, no sul do Líbano.
Na sua mensagem a António Guterres [que não tem jurisdição sobre a FINUL, uma vez que a missão depende do Conselho de Segurança das Nações Unidas], Netanyahu garantiu que Israel solicitou em diversas ocasiões a retirada dos capacetes azuis.
“É tempo de retirar a FINUL dos bastiões e das zonas de combate do Hezbollah”, disse Netanyahu.
O primeiro-ministro israelita lamentou que o exército israelita já tenha feito este pedido, apenas para ser “constantemente rejeitado”, uma recusa “destinada a fornecer escudos humanos aos terroristas do Hezbollah”.
“A sua recusa em retirar as forças da FINUL torna os seus membros reféns do Hezbollah e também põe em perigo a vida dos nossos soldados”, sublinhou Netanyahu.
O primeiro-ministro israelita disse que Israel faz “o possível” para evitar danos nas forças de manutenção da paz, mas considerou que a melhor forma de evitar tais incidentes é retirá-las do território, o que exigiria uma decisão do Conselho de Segurança.
O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, pediu no sábado ao seu homólogo israelita, Yoav Gallant, que garanta a segurança dos capacetes azuis e das forças armadas libanesas, após os ataques contra posições de manutenção da paz no sul do país e a morte de dois soldados libaneses.
Gallant enfatizou que os militares israelitas continuarão a tomar medidas para “prevenir danos” às tropas da FINUL, mas alertou que “o Hezbollah opera e dispara nas proximidades das posições da FINUL, usando missões de manutenção da paz como cobertura para as suas atividades”.
Há três semanas que Israel realiza uma intensa campanha de bombardeamentos contra o sul e o leste do Líbano, assim como contra Beirute, além de realizar uma ofensiva terrestre no país vizinho.
Lusa