Um alto responsável militar da NATO disse que a estimativa foi baseada em informações oficiais ucranianas, em comunicados emitidos pela Rússia e ainda relatórios dos serviços de informações recolhidos em diversas fontes, indicou a agência noticiosa Associated Press (AP). O responsável falou na condição de anonimato.
Quando a Rússia desencadeou a invasão em 24 de fevereiro, a maior ofensiva desde a Segunda Guerra Mundial, e perspetivou uma escalada nuclear em caso de intervenção ocidental, muitos analistas consideram que o Governo de Kiev estaria condenado a curto prazo.
Mas, completando-se na quarta-feira quatro semanas de combates, a Rússia envolveu-se numa difícil campanha militar, sem fim à vista e com a sua economia assolada por sanções ocidentais. O Presidente dos EUA e aliados mais próximos reúnem-se esta semana em Bruxelas e Varsóvia para abordar possíveis novas medidas punitivas e o envio de mais ajuda militar para a Ucrânia.
Biden, que viaja para a Europa na quarta-feira, avisou existir a “ameaça real” da utilização de armas químicas pela Rússia e disse que o assunto será discutido com os restantes líderes.
As ondas de choque económica e geopolítica – que implicou o aumento do preço da energia e receio de escassez de bens alimentares à escala global, com a Rússia e a China empenhadas numa nova ordem mundial –, tiveram reflexos em todo o mundo, ainda a recuperar da crise do covid-19.
Num aparente reflexo das crescentes divisões nas esferas do poder em Moscovo, o responsável oficial Anatoly Chubais demitiu-se, anunciou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à agência noticiosa Interfax.
Chubais, o arquiteto da campanha de privatização pós-soviética, ocupou diversos cargos de responsabilidade nas últimas três décadas. Ultimamente era o enviado do Presidente Vladimir Putin a diversas organizações internacionais.
Peskov não precisou se Chubais deixou o país.
A Rússia lançou, a 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia, depois de meses a concentrar militares e armamento na fronteira com a justificação de estar a preparar exercícios.
A ofensiva russa causou já a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, mais de 3,6 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo a ONU, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Lusa