O presidente da ANA – Aeroportos de Portugal sublinhou ontem não querer ficar "às mãos da Ryanair" na Madeira nem "em lado nenhum", propondo que se olhe para a operação na região de forma "consolidada e sistemática".
"Não quero ficar às mãos da Ryanair em lado nenhum", disse Jorge Ponce de Leão, na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, considerando que não podem ser pagas à companhia irlandesa custos que a ela lhe sejam imputados, porque se não "os outros" operadores no Funchal querem abandonar a operação.
Em causa está o facto de apenas a TAP e a easyJet fazerem o trajeto entre Lisboa e o Funchal, com o deputado do Bloco de Esquerda (BE) Paulino Ascenção a questionar o gestor sobre a eventual entrada de um terceiro operador e também sobre o eventual recurso ao aeroporto do Porto Santo em casos de impossível aterragem na capital madeirense, como sucedeu algumas vezes nos últimos dias.
"Durante o período do ano com maiores problemas de meteorologia, não temos camas em Porto Santo que sustentem" essa opção de recursos, declarou Ponce de Leão.
Depois, prosseguiu, seria necessário haver "meios marítimos de outra natureza" para ligar o Porto Santo ao Funchal, e uma "gestão integrada para mitigar no futuro" problemas meteorológicos.
A 24 de fevereiro, o secretário regional da Economia, Turismo e Cultura da Madeira afirmou que a proposta da Ryanair para operar na rota Lisboa-Funchal implicava um investimento de seis milhões de euros por parte da ANA.
"Assim que recebemos a proposta da Ryanair e reencaminhámos para quem de direito, que é a ANA, foi exatamente para aferir o que poderia significar em termos de investimento", disse Eduardo Jesus, durante uma audição no parlamento regional da Madeira, onde foram abordados o processo da Ryanair, requerido pelo CDS-PP, a revisão do subsídio de mobilidade, a pedido do PSD, e os serviços de animação turística, solicitado pelo PCP.
O governante explicou que os primeiros contactos com a companhia aérea ‘low cost’ (de baixo custo) irlandesa foram estabelecidos em março de 2016, mas esta impôs condições no sentido de não ficar sujeita às mesmas regras das outras empresas que operam na Madeira.
LUSA