O diretor nacional da Polícia de Segurança Pública, Luís Farinha, disse hoje, no Funchal, que não há uma relação direta entre dificuldades económicas e criminalidade, e lembrou que Portugal está nos primeiros lugares dos países mais seguros.
"Entendemos que não há uma relação direta entre dificuldades económicas e criminalidade, aliás como o tem demonstrado a redução dos valores da criminalidade global e da criminalidade violenta e grave", afirmou o responsável, durante a cerimónia comemorativa do 138.º aniversário do Comando Regional da Madeira da PSP.
Luís Farinha sublinhou, no entanto, que a atividade das forças de segurança e o empenho dos seus profissionais constitui um "contributo relevante" para o posicionamento privilegiado de Portugal e da Madeira em termos de segurança interna ao nível da Europa e do mundo.
Os baixos níveis de criminalidade na região autónoma foram também destacados pela secretária de Estado Adjuta e da Administração Interna, Isabel Oneto, que, no entanto, evocou os "novos desafios e ameaças" que as forças de segurança enfrentam.
"O terrorismo, a criminalidade organizada, o tráfico de seres humanos, o tráfico de droga merecem hoje uma preocupação especial por parte das polícias", afirmou a governante, realçando a importância da cooperação internacional e do intercâmbio de informações.
Isabel Oneto disse, por outro lado, que o governo tem vindo a desenvolver a lei de programação de infraestruturas e equipamentos das forças e serviços de segurança, procurando colmatar, no prazo de cinco anos, as principais dificuldades e fazer garantir que há condições para o cumprimento da missão das polícias.
"Nesse sentido, procuramos que o equilíbrio no investimento seja não só em infraestruturas, mas também acautelar aquilo que para nós é fundamental, como o equipamento de proteção individual dos agentes e os equipamentos para as unidades especiais", disse.
A questão das condições de trabalho e da qualidade do serviço prestado foi também enfatizada pela comandante da PSP na Madeira, Madalena Amaral, que desafiou o Governo Regional a afetar à instituição uma percentagem das verbas resultantes da aplicação de coimas.
"Seria importante que o Governo Regional equacionasse a viabilidade de retomar os normativos legais, no sentido de afetar à entidade autuante, neste caso a PSP, a percentagem legal das coimas aplicadas, à semelhança do que se passa no continente", disse.
Madalena Amaral vincou que tais verbas seriam depois aplicadas na "melhoria da qualidade do serviço" prestado na região.
A comandante da PSP da Madeira destacou, por outro lado, o baixo índice de criminalidade local, embora em 2015 tenha sofrido um aumento de 1.8% em relação ao ano anterior.
"Este ano, no primeiro semestre e em relação ao período homólogo de 2015, a tendência é de descida", explicou.
Madalena Amaral revelou, depois, alguns dados estatísticos referentes a 2016, onde no primeiro semestre foram efetuadas 1.230 operações, com um total de 426 detenções.
Destas operações, 621 foram de fiscalização rodoviária, das quais resultaram 272 detenções por condução sobre o efeito do álcool e 57 por condução sem habilitação legal para os efeitos. Foram fiscalizadas 25.800 viaturas e elaborados 13.000 autos de contraordenação.
Apesar a "intensa atividade" no âmbito da prevenção rodoviária, no ano passado a PSP registou 2.715 acidentes, dos quais resultaram 14 vítimas mortais e 79 feridos graves.
Este ano, até junho, já foram assinalados 1.322 acidentes de viação, com seis vítimas mortais.
C/Lusa