“A pandemia vai acabar quando o mundo decidir acabar com ela. Está nas nossas mãos, temos todas as ferramentas de que precisamos”, salientou Tedros Adhanom Ghebreyesus, na abertura da Cimeira Mundial da Saúde, que reúne anualmente políticos e profissionais do setor em Berlim.
O responsável da OMS lamentou ainda que o "mundo não tenha usado essas ferramentas com sabedoria", uma vez que as "quase 50 mil mortes por semana" associadas à covid-19 a nível global indicam que "a pandemia está longe de acabar".
O objetivo global da OMS, anunciado em setembro, é que cada país vacine pelo menos 40% da sua população até ao final do ano e que 70% da população mundial esteja imunizada até meados de 2022.
A meta inicial era que todos os países tivessem vacinado pelo menos 10% da sua população até final de setembro, mas esta percentagem não foi alcançada em 56 países.
Para inverter a baixa taxa de vacinação especialmente em países pouco desenvolvidos, a OMS e a ONU anunciaram, no início do mês, uma nova estratégia de vacinação global contra a covid-19 que necessita de oito mil milhões de dólares (6,9 mil milhões de euros) para assegurar uma distribuição equitativa de vacinas.
Na conferência de hoje, Tedros Adhanom Ghebreyesus considerou que as novas metas de vacinação estabelecidas “são alcançáveis”, mas alertou que para isso os países e as empresas que controlam o fornecimento de vacinas devem “traduzir suas declarações em ações”.
“Os países que já atingiram a meta de 40%, incluindo todos os países do G20 [as 20 maiores economias mundiais], devem ceder vacinas” ao sistema internacional Covax e ao Fundo Africano para a Aquisição de Vacinas, instituído pela União Africana, defendeu o diretor-geral da organização.
Numa mensagem de vídeo gravada, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, reiterou que “o triunfo das vacinas – desenvolvidas e colocadas no mercado em tempo recorde – está a ser anulado pela tragédia da distribuição desigual” ao nível mundial.