"Faleceu esta manhã, vítima de complicações com o cancro, uma doença contra a qual lutou incansavelmente durante 28 anos e nunca se rendeu", afirmou uma das filhas.
Natural da Ponta do Sol de Madeira, onde nasceu em 13 de agosto de 1944, Maria Helena Camacho Correia, emigrou para a Venezuela em 1965, onde concluiu ‘summa cum laude’ a carreira de administração de empresas na Universidade José Maria Vargas.
Presidente da Associação Cultural Abril, fundou, com o marido, Manuel Correia (que morreu em 2019) a empresa Aeroexpressos Executivos, que modernizou o transporte de passageiros entre cidades venezuelanas, e a Turismo Executivo.
Conhecida pela sua tenacidade e orgulho em ser portuguesa, Maria Helena Camacho Correia insistia que a mulher emigrante tinha um papel "único e destaque" na sociedade portuguesa e venezuelana e que os portugueses e lusodescendentes deveriam ensinar, desde cedo, os filhos a amar Portugal, levá-los a Portugal e fazer que se interessem por Portugal, por conhecer as suas raízes.
Maria Helena Camacho Correia era ainda conhecida por insistir junto dos seus alunos, em particular os lusodescendentes, sobre a importância de ter uma carreira universitária, e junto dos compatriotas para que "nunca se sintam menos pelo facto de estar fora da sua terra e também quando lá vão considerar-se cidadãos de primeira".
Recebeu várias condecorações e foi oradora de ordem em vários eventos luso-venezuelanos e na Madeira, onde deu uma conferência nos Rotários do Funchal e uma outra sobre solidariedade, em 2001, por ocasião dos 500 anos da Ponta do Sol.
Os restos mortais da madeirense vão estar em câmara ardente no domingo entre as 09:30 e as 15:30 locais na Capela Nova (8) do Cemitério de Leste, em Caracas.